Banca de DEFESA: GREIZIENE ARAÚJO QUEIROZ
25/01/2023 11:01
O objetivo desta tese é compreender a expressão territorial da comida de rua em Ilhéus e Itabuna-BA. Em consonância com esse desígnio, foram traçados os seguintes objetivos específicos: estabelecer os nexos entre a história da alimentação e a técnica; analisar o sistema alimentar urbano com ênfase na comida de rua; investigar as etapas de elaboração, comércio e consumo que compõem o circuito da comida de rua e discutir a função da comida de rua nos âmbitos econômico e sociocultural. O estudo proposto centra-se em três categorias de análise, são elas: a técnica, o trabalho e o território. Para investigar a técnica, recorre-se à história da alimentação, aos saberes e fazeres e aos objetos envoltos na temática. O trabalho é elucidado por meio das etapas de elaboração, comércio e consumo da comida. O território é evidenciado nas relações de consumo, econômicas e culturais, na apropriação do espaço pelo trabalho informal, nos alimentos identitários e nos vínculos territoriais. Parte-se da problemática do desemprego estrutural e seus desdobramentos para aqueles que vivem da comida de rua. Metodologicamente, optou-se pela pesquisa bibliográfica e pela coleta de dados secundários em instituições oficiais. Utilizou-se também do diário de campo, de planilha de observação, de registros fotográficos, com a utilização de estúdio portátil, entrevistas semiestruturadas com a técnica snowball para obtenção de dados primários. Os resultados apontam para a necessidade de reformulação do conceito de comida de rua, proposto nesta pesquisa como alimentos, comidas e bebidas territorializados nos espaços públicos, portadores de vínculos territoriais e de sociabilidade. Considera-se também que a comida de rua se manifesta sem constrangimento por ser acessível quanto ao preço e à localização. Expressa-se pela visibilidade, espraiada em ruas, praças, praias e calçadões em forma de bancas, barracas, bicicletas, carrinhos, trailers, food trucks ou do corpo humano portando objetos como sacos plásticos, isopor, caldeirão e caixas plásticas. Seja na fixidez cotidiana enraizada nas praças, nos quiosques, em torno das instituições públicas, como também pela fluidez no movimento de circularidade territorial que adentra lojas, clínicas e prédios comerciais, o trânsito e as areias do litoral. Expressa-se na organização do trabalho individual, familiar ou em relações patronais e também na mudança fisionômica da comida de rua do café da manhã, do almoço e do jantar em função do trabalho e/ou do lazer. Conclui-se que a comida de rua contribui com a circulação do dinheiro na cidade no consumo equipamentos, insumos e alimentos para elaboração da comida; é parte importante do sistema de refeições a um custo acessível, o que ameniza a fome oculta e a fragilidade alimentar nos centros urbanos; enaltece a cultura local; contribui com o bem-estar pela saciedade, pela comensal idade pela mixofilia e pelo lazer; e ainda é uma ocupação temporária na alta estação, uma renda extra para os que possuem emprego formal e um ofício para os que se dedicam exclusivamente a essa atividade.
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