Banca de DEFESA: ÁDREA GIZELLE MORAIS COSTA BESEN
16/01/2023 09:47
O período Ford na Amazônia tem seu princípio a partir da necessidade de Henry Ford interpor novas alternativas para o mercado da borracha coletada da Hevea Brasiliensis, e a retomada da produção extrativista do látex que durante o século XVIII foi a maior fonte de riqueza da região Amazônica. Em 1927 foi criado o projeto Ford no Vale do Tapajós com a concessão de terras pelo Estado do Pará em prol da Companhia Ford Industrial do Brasil, com a construção da cidade empresa no povoado Boa vista, posteriormente denominado de Fordlândia. O início da utopia Ford também trouxe novas expectativas para a população da região Norte, e da região Nordeste, proporcionando um novo período de imigração para o Baixo Tapajós. Com a vinda destes imigrantes para Fordlândia, ocorre um aumento demográfico da população, o que incide no aumento da taxa de mortalidade, e elevado número de sepultamentos durante os primeiros anos de instalação do projeto Ford. Neste sentido, a presente Tese objetiva a identificação, e análise da cultura material funerária presente nos cemitérios históricos de Fordlândia e Belterra, bem como da memória cultural e simbólica presente nas lápides das sepulturas, e sua espacialidade cemiterial, seguindo os pressupostos da Arqueologia Histórica e Arqueologia Funerária. A pesquisa foi realizada a partir do estudo bibliográfico de fontes históricas, e relatórios técnicos que compreende o período Ford na Amazônia. Os dados sobre o contexto cemiterial foram obtidos através de observação in loco e inventário das sepulturas e catalogação de suas principais características. A sistematização dos dados demonstrou um ápice nos sepultamentos entre os anos de 1929 e 1934 no cemitério de Fordlândia principalmente de indivíduos adultos, e elevado número de sepultamentos de indivíduos não adultos durante as décadas de 1940 e 1950 no cemitério de Belterra. Os dados também apontam que as mortes destes indivíduos ocorreram no período em que a propagação de doenças infectocontagiosas teve maior incidência na região do Tapajós. Conclui-se, portanto, que a sistematização destes dados são importante fonte para compreender as relações de saúde e morte na sociedade Fordiana da época.
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