Banca de QUALIFICAÇÃO: ANTUNES FERREIRA DA SILVA
18/11/2022 13:43
A presente tese analisa o ateísmo que existe no organismo filosófico de Arthur Schopenhauer. Oriundo do final do século XVIII, Schopenhauer foi, segundo Nietzsche, o primeiro alemão confessadamente ateu. Uma parte de seu ateísmo está exposta em sua tese de doutorado Sobre a quadrúplice raiz do princípio de razão suficiente, mas esta pesquisa busca fundamentar tal ateísmo para além do que está diretamente exposto nela, sendo necessário perpassar os seguintes argumentos: 1- a matéria apresentada como algo que não pode perecer e nem surgir, é una, infinita e absoluta; 2- o significado da vida e a dor do mundo, que mostra o sofrimento contínuo e a falta de satisfação por parte dos indivíduos e 3- a noção de uma metafísica imanente, segundo a qual as coisas não possuem sua essência fora delas, ou seja, fora do mundo físico. Neste fito, tal pesquisa se prenderá ao método dedutivo de abordagem, com o procedimento monográfico. A principal técnica de pesquisa é a documentação indireta que analisará suas principais obras: O mundo como vontade e como representação, Parerga und Paralipomena, Sobre a vontade na natureza e outras. De maneira complementar, comentários relevantes e pertinentes ao tema também serão consultados. A hipótese tratada por meio desta pesquisa é a existência de um ateísmo sistêmico na filosofia schopenhaueriana que não se limita ao que o filósofo expôs de modo mais direto. A análise da argumentação em favor do ateísmo intrínseco ao seu organismo filosófico aborda três desdobramentos dos argumentos citados anteriormente: o ateísmo cosmológico que emerge da concepção de matéria; o ateísmo moral que emerge do pessimismo característico desta filosofia; e, por fim, o ateísmo místico/religioso que emerge de sua concepção de metafísica imanente e de sua filosofia da religião. Portanto, uma vez comprovada argumentativamente tal hipótese, será possível concluir que o ateísmo sistêmico schopenhaueriano se desdobra e/ou se origina nos ateísmos cosmológico, moral e religioso.
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