Banca de QUALIFICAÇÃO: LEOMARCOS REIS ALMEIDA
11/11/2022 11:44
A questão agrária deve ser pensada a partir do território, tendo em vista que as diferentes posições refletem as disputas territoriais e de interpretação da realidade. Inserido de modo contraditório no capitalismo, o campesinato tem a renda da terra apropriada pelo capital no circuito da mercadoria, ao mesmo tempo em que expressa resistências construídas a partir do seus territórios. No contexto da mundialização do capitalismo e de liberalização da agricultura, a extração da renda da terra deixa de ser local e passa a ser internacional, transformando a produção do campo em commodities. Nessa perspectiva, os organismos internacionais defendem que o direito à alimentação possa ser assegurando através do aumento da produtividade e pela atuação do livre-comércio, tendo o mercado e não o Estado como regulador do processo produtivo e distributivo dos alimentos. Todavia, a segurança alimentar precisa estar articulada a vários campos do conhecimento e ter por base os territórios em que os sujeitos sociais estão inseridos. Para tanto, não poderá ser alcançada sem que os povos tenham assegurado a sua soberania e autonomia para definir políticas de oferta, produção e acesso a alimentos de qualidade a partir da agricultura camponesa. No entanto, nos últimos anos o Brasil tem enfrentado uma conjuntura de desmonte das políticas públicas voltadas a agricultura familiar, sendo uma de suas consequências mais evidentes, o recrudescimento da fome no país. Nesse sentido, considera-se a necessidade de compreender como os camponeses estão inseridos nesse realidade, a partir do estudo da produção de alimentos e sua relação com a segurança alimentar. A proposta de trabalho tem como objetivo geral, reconhecer se a produção de alimentos desenvolvida pelos camponeses de Fátima – Bahia tem se constituído em instrumento para garantir a segurança alimentar das famílias ou se está sendo subordinada pelo capital. Os objetivos específicos traçados são: demonstrar a importância da produção de alimentos enquanto estratégia de resistência e reprodução social do campesinato; identificar os principais alimentos produzidos pelos camponeses em seus territórios; reconhecer os conflitos presentes nos territórios camponeses a partir da expansão do agronegócio; argumentar se os camponeses fatimenses estão em insegurança alimentar ou se contribuem para a segurança e soberania alimentar. O método de análise proposto é o materialismo histórico e dialético, considerado enquanto instrumento para a elucidação dos fenômenos sociais em seu processo de transformação. O estudo qualitativo tem como procedimentos metodológicos: pesquisa bibliográfica; pesquisa documental; entrevistas e aplicação de questionários; trabalho de campo e análise de dados.
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