Banca de DEFESA: FABIANA DOS SANTOS PINHEIRO
18/08/2022 12:11
As cooperativas de crédito são entidades de natureza civil que se constituem a partir do capital social, advindo das cotas-parte, para financiar a riqueza real de mercadorias. Desse modo, diferentemente das instituições financeiras convencionais, no espaço rural essas organizações tem caráter social na medida em que subsidiam a produção dos seus cooperados, que também são pequenos produtores rurais. Ademais, recentemente observou-se que no Brasil, alguns grupos cooperativos têm optado por integrar os princípios solidários nas suas relações de trabalho. Isso em função de se construir processos sociais mais consolidados e duradouros. Para tanto, apesar da expansão das finanças de especulação, as microfinanças – provenientes das cooperativas de crédito – tem ganhado destaque, principalmente na última década. Dessa forma, a presente pesquisa tem como proposta analítica de investigação: analisar o cooperativismo de crédito solidário frente ao processo de financeirização do campo, a partir das ações da ASCOOB-COOPEC atuando com os pequenos produtores rurais e comerciantes locais, dentro dos seus limites e contradições. Para isso, visando atingir tal proposição, os seguintes caminhos metodológicos foram adotados: pesquisa bibliográfica e reuniões para orientação, coleta e cruzamento de dados secundários, trabalhos de campo e, finalmente, sistematização das informações e construção/delineamento das reflexões contidas aqui. Por sua vez, vale acrescentar que as experiências cooperativas no Brasil tiveram um aspecto particular, tendo em vista os limites institucionais estabelecidos pelo Banco Central (entidade pública que regula o sistema financeiro nacional). Sendo assim, far-se-á uma leitura crítica sobre a atuação das cooperativas de crédito, considerando seus limites e contradições, sobretudo no atual período da financeirização. Acrescido de uma análise acerca da questão regional do cooperativismo no Nordeste e ainda destacando a condição da COOPEC neste processo. Portanto, considera-se importante debater a área de atuação geográfica da cooperativa e o seu papel social para o município de Poço Verde. Também, realiza-se ainda uma análise das mudanças recentes pelas quais a cooperativa passa e como isso atinge a dinâmica de organização dos cooperados. Ademais, busca-se compreender como essas instituições sociais vem se reproduzindo diante dos interesses privados exercidos pelas cooperativas confederadas e até que ponto isso gera conflitos de ordem local. Por fim, apesar dos gargalos, foi pontuado entre outras coisas, sua importância social, tanto para as demais cooperativas quanto para os seus cooperados.
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