Banca de DEFESA: ELAYNE CRISTINA MENEZES SILVA
10/08/2022 09:12
A presente pesquisa analisa a precarização do trabalho dos entregadores das plataformas digitais. A precarização do trabalho evidencia-se como dinâmica predominante desde a década de 1970 no Brasil, em resposta à crise estrutural do capital. As novas expressões da classe trabalhadora estão cada vez mais atreladas aos serviços, e o trabalho, a única mercadoria do trabalhador, permanece subjugado na era digital para atender aos interesses do capital, na produção de lucro, na compressão do tempo via aceleração do trabalho e pela expropriação dos resultantes. A análise da espacialização e dos movimentos contraditórios do trabalho dos trabalhadores por aplicativos digitais, à luz das mudanças no mundo do trabalho no quadro atual das relações capitalistas, norteou esse estudo, exigindo a delimitação de objetivos específicos, tais como: analisar a natureza da crise estrutural e as conceituações do trabalho no mundo contemporâneo; refletir sobre o poder da ideologia do não-trabalho e do empreendedorismo como estratégia de convencimento, subordinação e exploração do trabalho; compreender o uso de técnicas e tecnologia como parte das mudanças no mundo do trabalho, no atual estágio do capitalismo, e as contradições das plataformas digitais de intermediação do trabalho; analisar a reforma trabalhista brasileira e suas repercussões no mundo do trabalho, e compreender o perfil de trabalho e remuneração dos trabalhadores entregadores por aplicativos a partir do caso de Aracaju. Sob a perspectiva do materialismo histórico e dialético, a pesquisa ressalta a realidade dos entregadores dos aplicativos sergipanos como ponto de partida para o entendimento de que as novas formas de organização e produção do trabalho, em seu conteúdo, não diferem do trabalho assalariado. A estratégia do capital em aumentar seu poder tornou o trabalho mais precário e os trabalhadores menos propensos a enfrentar a exploração, com a negação dos direitos trabalhistas, revelando uma agenda de desmonte de direitos e precarização massiva do trabalho. A pesquisa de campo ocorre no município de Aracaju, se justificando pela presença expressiva de entregadores escancarando o desemprego estrutural e os altos índices de informalidade do trabalho no estado de Sergipe. A informalidade e/ou desregulamentação, vistas nos tempos de hoje, foram sempre elementos presentes no capitalismo. Ao invés de as tecnologias estarem a serviço do bem-estar social, elas reforçam o caráter instrumental e opressor da lógica do modo capitalista de produção, reduzindo o trabalhador na exata medida das demandas do capital e coloca-o inteiramente disponível ao trabalho, mesmo que nem sempre seja remunerado para isso.
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