Banca de QUALIFICAÇÃO: WYLAMYS SANTOS DE LIMA
26/07/2022 10:27
A partir da segunda metade do século XX o campo brasileiro vem passando por mudanças significativas na forma de produzir, nas técnicas aplicadas e nas relações de produção. Decorrentes, principalmente, das políticas agrícolas e agrárias implantadas pelas ações articuladas entre o Estado e os interesses do capital, buscando ampliar e intensificar o processo de acumulação, tanto por meio da industrialização da agricultura quanto da exportação de commodities. Com a pesquisa em proposição objetiva-se analisar os processos de (des)configurações do Trabalho engendrados pela reestruturação produtiva nos caminhos e descaminhos do agronegócio e a consequente (re)produção espacial e territorial. Um processo de análise a partir de Simão Dias nas duas últimas décadas. Como objetivos específicos foram traçados: analisar os processos de Mobilidade do Trabalho e as determinações do Capital na transformação do Espaço Agrário; analisar a relação entre a atuação do Estado e a reestruturação produtiva no agronegócio do milho em Sergipe; compreender como se materializam as transformações na forma de produção e reprodução social circunscrita na relação campo-cidade. A realização de uma leitura analítica da relação Capital via agronegócio do milho se faz profícua para entender os rebatimentos no Trabalho, na Mobilidade do Trabalho, na produção e reprodução do espaço e do território. Visto que, com a alteração quantitativa da produção de milho, em observância de um aumento via agronegócio, possibilita transformações qualitativas nas relações sociais de produção no campo. As indagações de pesquisa que tecem a necessidade de analisar esta realidade são: Quais as características das novas (des)configurações do Trabalho no espaço agrário ocorridas a partir do século XXI no município de Simão Dias? Quais as contribuições da aliança Estado-Capital via agronegócio para a produção de trabalhadores móveis? Por que as condições de reprodução da vida no campo são impactadas frente às investidas do agronegócio? Como a reestruturação produtiva do campo altera as relações e os processos de trabalho? Quais os elementos de mudança e de permanência no processo de mobilidade do trabalho em Simão Dias? Como se materializa a pauperização do trabalho em Simão Dias? Quais os mecanismos que constituem a mobilidade do trabalho no intercurso da relação campo-cidade em Simão Dias? É-se primordial para analisar esse movimento, compreender a relação dialética Trabalho-Capital-Estado de forma multiescalar, concebendo o Trabalho, a partir da perspectiva marxiana, enquanto processo de humanização do homem, mas também analisando o processo de trabalho como processo de valorização, no contexto da produção capitalista. A leitura se estabelece no entendimento da Geografia inserida numa abordagem histórica, isto é, concebe a existência dos seres humanos dentro de um contexto histórico e de acordo com as relações materiais da sociedade humana. O método em proposição é o Materialismo Histórico e Dialético, pois para melhor compreender a dinâmica do agronegócio no Brasil e o Mundo e, em específico, o agronegócio do milho em Sergipe, a produção do espaço e do território deve ser analisada a partir do entendimento dialético, sem perder de vista o caráter assumido pelo Estado enquanto agente de regulação nas relações sociais de produção, para melhor compreender os rebatimentos da sua ação sobre o trabalho e a sua mobilidade. O estudo está alicerçado em procedimentos metodológicos qualitativos, como a observação; pesquisa bibliográfica (em bibliotecas e repositórios); análise documental (legislação, arquivos, secretarias, etc); trabalho de campo; descrição e análise dos dados. Visto que constituem processamentos metodológicos essenciais na leitura crítico-reflexiva da realidade.
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