Banca de DEFESA: LETÍCIA MENEZES SANTOS
26/07/2022 09:46
Nas últimas décadas, tem crescido o número de agricultores familiares camponeses envolvidos na construção de novas alternativas agroalimentares que respeitam não só o meio ambiente, mas também os saberes tradicionais. Além do aumento dos cultivos, observa-se, também, o surgimento de diferentes espaços alternativos para a comercialização dos alimentos. Tais estratégias fortalecem a diversificação da produção agrícola, assim como contribuem para a autonomia, soberania e segurança alimentar nutricional dos agricultores. Considerando a situação atual da realidade praticada pelos povos tradicionais, pelos movimentos sociais, que lutam pela terra e pelos debates acadêmicos propostos por profissionais da área, a agroecologia pode ser definida como um movimento contra hegemônico, numa perspectiva transdisciplinar, que vai muito além da aplicação de técnicas sustentáveis para geração de recursos, tendo em vista incluir, também, princípios que integram homem e natureza. Esta pesquisa tem como objetivo geral analisar a relevância e a dinâmica social, cultural e econômica dos agricultores familiares camponeses nos circuitos curtos de comercialização de produtos agroecológicos e orgânicos em Aracaju – SE. Para desenvolver este estudo, foi realizada a revisão bibliográfica com a leitura de teses, dissertações, livros e artigos científicos que abordam a produção agroecológica e os circuitos curtos de comercialização. Além da revisão bibliográfica, também realizamos pesquisa documental utilizando as bases e os documentos oficiais. De forma concomitante, foi realizada a pesquisa de campo nas feiras agroecológicas e nos mercados municipais, utilizando-se, como mecanismo, a observação participante, o registro fotográfico, o diário de campo e a entrevista semiestruturada, seguida da sistematização e da análise dos dados coletados. Ao considerar os resultados desta pesquisa, podemos concluir que a agroecologia avança no campo e na cidade. A necessidade de uma agricultura sustentável leva o homem a buscar novas estratégias para promover cultivos sustentáveis, “socialmente justo”, “economicamente viável” e “ecologicamente equilibrado”. Neste sentido, a agricultura agroecológica e orgânica praticada pelos agricultores familiares camponeses em Sergipe se apresenta como alternativa viável para cultivar alimentos, alicerçada por saberes e fazeres transmitidos por diferentes gerações, às quais contribuem na construção de novas formas de relações socioambientais, baseadas na cooperação, na solidariedade e no respeito à vida. Ademais, nos circuitos curtos, constata-se a demanda dos consumidores por estes alimentos nos espaços de comercialização e, na atualidade, por meio das redes sociais ou dos mercados digitais, mantendo o fortalecimento dos laços entre campo e cidade, a visibilidade dos grupos familiares, das associações, a efetiva atuação das redes de agricultores aos movimentos sociais e a relevância da agricultura agroecológica e orgânica para a reprodução social destes agricultores familiares camponeses.
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