Banca de QUALIFICAÇÃO: ANTONIA EMMANUELA ALVES VALENTINS DOS SANTOS
14/07/2022 20:21
O Brasil, comparado com os países mais pobres, situa-se como um dos países mais desiguais do mundo. Ao se falar em desigualdade social, surge a discussão sobre relações de gênero e raça, onde os negros se situam na base da estratificação social, percebendo salários inferiores, com índices sociais e econômicos desumanamente piores frente à média nacional. Nesse contexto, desponta a necessidade de entender-se o racismo antinegro que se desenvolveu no Brasil desde os tempos de escravidão e se perpetua até os dias atuais. A partir desse estudo, objetiva-se averiguar de que forma o racismo estrutural acentua as desigualdades raciais e afeta a ocupação do mercado de trabalho no Estado de Sergipe. Busca-se de forma específica analisar o perfil da mão de obra da população sergipana economicamente ativa, identificando a sua inserção no mercado de trabalho. Assim, pretende-se investigar se as características de segmentação como produtividade e postos de trabalho estão atreladas às características de discriminação do indivíduo, como raça, gênero e idade. Somando-se a isso, verificar se essa combinação de fatores afeta negativamente a ocupação do mercado de trabalho sergipano. Para se alcançar este objetivo, além da introdução e das considerações finais, esta pesquisa se dividirá em três etapas: i) apresentando um debate teórico sobre os reflexos da escravidão na construção do negro discriminado, traçando-se uma análise da transição do trabalho escravo para o trabalho livre em Sergipe, e de como a estrutura do racismo se perpetuou, predispondo ações governamentais para redução das desigualdades sociais e raciais; ii) contextualizar as abordagens sobre racismo, discriminação e desigualdades raciais, elaborando-se uma cronologia das principais iniciativas adotadas, entre 2009 e 2019, no Brasil e em Sergipe, no combate a essas desigualdades no segmento Trabalho; iii) analisar as consequências do racismo estrutural no mercado de trabalho em Sergipe, através do perfil ocupacional das populações negra e branca no período compreendido entre 2009 e 2019. Destarte, para auxiliar nesta última etapa, será utilizada como fonte principal a base de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), através da população ocupada do Estado de Sergipe, por gênero, cor/raça, do Censo demográfico de 2010 e, também, a Síntese de Indicadores Sociais (SIS), que tem como principal fonte de informação a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de cada ano anterior ao ano referencial da Síntese, e o Boletim de Políticas Sociais do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). Ao fim, espera-se corroborar com a hipótese de que o racismo estrutural impacta negativamente a inserção dos negros no mercado formal de trabalho de Sergipe, reservando-lhes baixa oportunidade de obtenção de renda e sujeição às piores condições de trabalho.
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