Banca de DEFESA: KARINA SALES VIEIRA
30/05/2022 08:30
Este estudo tem como objetivo central analisar a relação com o saber dos estudantes de Medicina de uma instituição privada de Ensino Superior situada no estado da Bahia. E, complementar, dos estudantes cujas famílias pertencem às classes superiores. Os estudantes que compõem a população pesquisada são 31 acadêmicas da Faculdade AGES de Medicina, cuja mensalidade em vigor, em 2020, é de R$8.887,73. A partir da premissa de que aprender pode assumir sentidos variantes para cada estudante pela singularidade do sujeito, buscou-se, especificamente, traçar o perfil socioeconômico dos estudantes de Medicina; conhecer a dimensão epistêmica da relação com o saber dos estudantes de Medicina, o que eles dizem aprender, em quais condições, formas e especificidades; identificar a dimensão identitária da relação com o saber dos estudantes de Medicina, e quais projetos elaboram para o futuro; por fim, verificar a dimensão social dos estudantes de Medicina identificando as condições e relações sociais de existência. Conduzimos a pesquisa ancorados, principalmente, nos estudos de Charlot e Gonzalez e Branco, e inspirados no método fenomenológico-hermenêutico. Os dados foram produzidos pela aplicação de questionário, balanço de saber e entrevistas semiestruturadas. O estudo apontou um perfil de estudantes jovens, sexo feminino, brancos, solteiros, educação básica predominante em escolas privadas, oriundos de camadas sociais mais elevadas cujos pais possuem bom nível de escolaridade. A relação com o saber na formação médica é marcada pelo desejo de realização pessoal e, a partir do diploma, ingressar no mercado de trabalho, alcançar a estabilidade financeira, e muito além disso, poder cuidar, curar e ofertar alívio. Nesse contexto, parece que a formação médica cumpre sua missão de formar médicos com conhecimento técnico e dimensão humana, pois apresentam com predileção as aprendizagens intelectuais e acadêmicas e as aprendizagens relacionais e afetivas. A formação médica é vivenciada sob pressão, isolamento social e familiar, rotina exaustiva, excesso de conteúdo e por vezes, sofrimento psíquico; ainda, enfrentam o desafio do Problem Based Learning (PBL). Contudo, vestidos de jaleco branco, submersos em sonhos e expectativas, acreditam no esforço e na determinação como elementos para o sucesso do estudante e formação de um médico humano que possa tratar pessoas, não só doenças.
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