Banca de QUALIFICAÇÃO: JAMISSON BISPO DE SOUSA SANTOS
15/03/2022 15:50
No Brasil a principal espécie de protozoário causador da Leishmaniose visceral (LV) é a Leishmania infantum sendo o inseto Lutzomia longipalpis como o principal vetor da doença e o cão considerado o principal reservatório doméstico do parasito. A doença representa um grave problema de saúde pública em vários municípios do Brasil, principalmente na região nordeste. Considerando a importância desses patógenos para os cães e o impacto da LV na saúde pública de Sergipe, o presente estudo tem o objetivo investigar a presença de anticorpos anti-Leishmania em amostras de cães domiciliados e associar com indicadores epidemiológico no município de Lagarto, Sergipe. Foi realizado o diagnóstico de Leishmaniose Visceral Canina (LVC) em 755 cães, dos quais (10,3%) foram soro reagente para o teste imunocromatográfico rápido de plataforma de dois caminhos TR-DPP (Fiocruz/Biomanguinhos), desses (53,8%) ao teste sorológico de ELISA (Ensaio Imunoabsorvente Ligado à Enzima). Desses cães 532 (70,4%) eram da zona rural e 223 (29,5%) da zona urbana do município. A maioria dos animais (90,6%) eram assintomáticos sem sinais clínicos sugestivos da doença, dormiam fora das residências (72,9%), tinham contato com animais não domiciliados (99,4%), com animais silvestres (99,8%) residiam próximos a terrenos abandonados (46,6%). Os resultados demonstraram que todas as residências com cães sororeagentes estavam próximas a terrenos abandonados, praças e/ou áreas verdes, fatores que estão intrinsicamente ligados com a transmissão da doença. Esses fatores aumentam as chances dos cães e seus tutores entrarem em contato com flebotomíneos infectados. Houve associação do teste de ELISA de diagnóstico para LVC com o tipo de abrigo (p=0,008) demonstrando que 45,2% dos cães apresentavam abrigos em áreas externa das residências e 54,8% apresentavam abrigo intradomiciliar. A doença está distribuída geograficamente em 16 (84,2%), das 19 áreas amostrais do município, 6 (31,5%) das áreas apresentaram casos de LV em cães e humanos, que foram notificados oito casos de Leishmaniose Visceral Humana (LVH) durante os anos de 2017 a 2020. Os cães que estão localizados nas áreas de maior rico se comportam como sentinelas, antecedendo os casos humanos, demonstrando através dos inquéritos soroepidemiológicos caninos como ocorre a dinâmica de transmissão da doença.
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