Banca de DEFESA: MARIA EDILMA DE JESUS SANTOS
03/03/2022 15:28
Compreende-se que as mulheres com HIV/AIDS têm apresentado situações de vulnerabilidade e necessidades específicas nem sempre reconhecidas e satisfeitas pelos serviços destinados à assistência de pessoas HIV/AIDS. Essas situações estão permeadas por relações desiguais de gênero e poder que, apontam para a necessidade de estudos e de intervenção sobre a abordagem de gênero contemplando-se em particular, as mulheres com HIV/AIDS. Esta pesquisa tem como objetivo primordial analisar e identificar a relação entre a feminização do HIV/AIDS e sua interface com as desigualdades de gênero em mulheres soropositivas atendidas na Atenção Básica do município de Itabaiana/SE. O materialismo histórico dialético oferece elementos epistemológicos e ontológicos para a compreensão da totalidade do objeto desta pesquisa na sociedade capitalista, estabelecendo-se uma relação com as determinações do real. A abordagem feminista mostra-se pertinente, por se tratar de uma investigação no âmbito dos estudos de gênero, priorizando-se a descoberta de temas, categorias e conceitos, a partir dos dados do fenômeno, da atuação desta pesquisadora e de sua visão de mundo, como instrumento primário de compreensão do objeto. A metodologia de caráter qualitativo teve por base fontes documentais e bibliografias como: a) Banco de Teses e Dissertações da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) com o recorte temporal de 2014-2020, para o mapeamento da produção do conhecimento sobre o objeto no campo do Serviço Social; b) dados disponibilizados pelo Ministério da Saúde relativos aos prontuários da Secretaria de Saúde de Itabaiana/SE sobre os atendimentos das mulheres soropositivas, priorizando-se a Atenção Básica do Município no marco temporal indicado. A revisão bibliográfica, cuja base teórica se encontra em livros e artigos científicos, clássicos e contemporâneos, se deu no processo metodológico, na abordagem da temática, na interlocução da teoria e dos dados, a partir das análises qualitativas e das fontes documentais. Desigualdades em saúde – nas condições de saúde ou nos serviços de saúde – não são um ‘fato da natureza’. A retificação dessas desigualdades, no presente e no passado, sempre envolveu confrontar as injustiças sociais. Para alcançar a equidade em saúde, o principal foco dos serviços de saúde e de saúde pública deve ser a equidade em saúde – e não apenas a obtenção de um padrão médio de saúde. As diferenças no campo da saúde estão inscritas num conjunto de relações sociais (determinadas pela formação histórica e social), que a partir da experiência vivida de cada sujeito criam uma subjetividade e uma identidade. As diferenças entre raça, classe, gênero, geração e sexualidade são colocadas como eixos de diferenciação ou marcadores de diferença. Avaliamos como imprescindível que os/as profissionais de saúde passem a considerar as “inter-relações das várias formas de diferenciação social, empírica e histórica, mas sem necessariamente derivar todas elas de uma só instância determinante”.
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