Banca de QUALIFICAÇÃO: JULIANE BARBOSA TAVARES
16/02/2022 09:26
O processo de hospitalização do parto impõe uma cultura de domínio sobre os corpos das mulheres consolidando práticas que, sob o manto do desenvolvimento da ciência e tecnologia no atendimento à saúde configuram-se violências justificadas pela lógica de procedimentos considerados necessários a uma atenção qualificada para garantir a saúde e bem-estar na assistência obstétrica. A pesquisa direciona para a violência contra a mulher no momento do parto (ou durante o processo gestacional e puerpério), caracterizada como a violência obstétrica, que se exterioriza pela apropriação dos processos reprodutivos da mulher mediante tratamento violento, aflorando uma discussão crucial acerca do panorama obstétrico vigente pautado no abuso de intervenções desnecessárias e da medicalização, no tratamento patológico da fisiologia natural humana, no desrespeito aos direitos e à condição feminina, causando a perda da autonomia e da capacidade da mulher em decidir sobre seu corpo e sua sexualidade. O tema violência obstétrica, embora seja recorrente em outras áreas do conhecimento como Enfermagem, Medicina, Psicologia e Direito, para o Serviço Social enquanto questão para o exercício profissional, são parcos os estudos e pesquisas, o que o torna o tema “incomum”, além de serem escassas as produções teóricas na área.
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