Banca de QUALIFICAÇÃO: UBATÃ CORRÊA PEREIRA
11/02/2022 18:09
Os resíduos de crustáceos são fontes de proteínas, lipídios, quitina e carotenoides o que os tornam importantes biomateriais, no entanto, pouco se conhece sobre a presença de compostos fenólicos nos mesmos. Até o momento, não foram encontrados relatos sobre a obtenção de compostos fenólicos a partir de processos fermentativos utilizando resíduos de crustáceos e fungos do gênero Aspergillus. Este estudo teve como objetivo determinar o perfil de compostos bioativos dos resíduos de Litopenaeus vannamei e Ucides cordatus, como também obter compostos fenólicos por meio de fermentação, utilizando cepas de Aspergillus awamori e Aspergillus oryzae, estabelecendo as condições otimizadas de cultivo, avaliando-se a eficiência da encapsulação com alginato de sódio na imobilização desses compostos. Os resíduos de crustáceos foram analisados quanto a sua composição centesimal, quitina, teores de fenólicos e flavonoides, atividade antioxidante, bioacessibilidade, atividade inibitória de α-amilase e perfil de compostos bioativos. Em seguida, os resíduos de crustáceos foram submetidos a processos fermentativos com cepas de Aspergillus spp., selecionando-se os resíduos e microrganismos com maior potencial para obtenção de compostos fenólicos, sendo otimizados os parâmetros de cultivo através dos planejamentos experimentais Plackett-Burman e Delineamento Composto Central Rotacional (DCCR). O produto fermentado otimizado de L. vannamei com A. oryzae foi encapsulado com alginato e goma guar, sendo avaliado quanto a capacidade de carregamento de fenólicos e atividade antioxidante remanescente. O maior teor de fenólicos foi atingido com o microrganismo A. oryzae e o resíduo de L. vannamei, sendo assim, selecionados para os planejamentos experimentais. Os resultados obtidos com o PlackttBurman e DCCR demonstraram que as variáveis resíduo, extrato de levedura e pH influenciaram na obtenção de fenólicos. As condições ótimas para obtenção máxima de compostos fenólicos foram 2,4% de resíduo e 0,5% de extrato de levedura, gerando um resultado satisfatório, 643,61 mg EAG/100 g. O produto fermentado otimizado, apresentou aumentos de 31 e 73% nos teores de ácido clorogênico e ácido gálico, respectivamente, e uma redução de 7% na concentração de rutina. Quanto a atividade antioxidante, foram observados acréscimos de 133, 88 e 248% para ABTS, FRAP e ORAC, respectivamente. O produto fermentado em maior escala apresentou 603,50 mg EAG/100 g de fenólicos totais, sendo um resultado próximo ao obtido na otimização do processo. Foram observados aumentos de 143 e 253% nos teores dos ácidos clorogênico e gálico, respectivamente. Observaram-se aumentos na atividade antioxidante de 139, 110 e 235%, para os ensaios ABTS, FRAP e ORAC, respectivamente. As esferas apresentaram eficiência de carregamento de fenólicos e atividade antioxidante remanescente satisfatórias. A encapsulação elevou a bioacessibilidade de fenólicos do produto fermentado em 98,56%. O fermentado e suas esferas atingiram percentuais de inibição da enzima α-amilase de 25 e 20%, respectivamente. Os resultados demonstram a eficiência do alginato de sódio combinado com a goma guar, na conservação dos compostos fenólicos obtidos através de fermentação submersa utilizando resíduos de L. vannamei e cepas de A. oryzae
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