Banca de DEFESA: ERIK SANTOS PASSOS
10/02/2022 13:43
Os impactos negativos das ações antrópicas no meio natural causaram graves riscos na sobrevivência dos ecossistemas, as demandas hídricas, por exemplo, já são escassas em diversos países pelo mundo. São inúmeros os motivos que levam à escassez da água, perpassando desde a má distribuição territorial até à contaminação dos mananciais, exigindo, dessa forma, uma correta gestão ambiental e aproveitamento inteligente dos recursos disponíveis. Para tanto, são necessárias técnicas e soluções como a reutilização de águas cinzas ou aproveitamento de águas pluviais para utilização em fins sem potabilidade como a irrigação, lavagem de pisos, lavagem de carros e descargas sanitárias. O tratamento mais comum para esses efluentes, é o tradicional filtro de areia, que apesar de ser considerado um tratamento de baixo custo, demanda de recursos naturais limitados como areia, brita calcária e carvão mineral. Com o intuito de aliar o reaproveitamento de resíduos à reutilização de águas cinzas, o trabalho teve como objetivo principal avaliar a eficiência de um filtro alternativo com esponjas usadas, biocarvão à base do bagaço de laranja e resíduos da construção civil para tratar águas cinzas de lavatórios. O método de abordagem da pesquisa é hipotético-dedutivo, partindo da hipótese que o tratamento proposto é sustentável e capaz de filtrar as águas cinzas para posterior aplicação como alternativa para cumprimento de indicadores socioambientais. Os materiais que compõem o filtro foram caracterizados, sendo os resíduos da construção civil por Fluorescência de Raio-X (FRX), esponjas por Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) e o biocarvão por Brunauer, Emmett e Teller (BET) e MEV apontando-os como materiais porosos e capazes de filtrar sólidos e substâncias indesejáveis das águas cinzas. As amostras de águas cinzas do estudo foram coletadas de um banheiro masculino localizado no térreo do complexo laboratorial de biologia e engenharia florestal na UFS, Campus São Cristóvão, por meio de um reservatório de 50 litros instalado abaixo de um dos lavatórios. As análises realizadas antes e após a passagem na unidade de tratamento demonstraram redução no pH de 6,61%, aumento no oxigênio dissolvido de 41,62%, redução de 71,56% de turbidez, aumento em 310% da condutividade elétrica e remoção de 100% de coliformes termotolerantes. Por fim, sendo o efluente final passível de utilização em descargas sanitárias e na agricultura, projetou-se um modelo de filtro em escala real tendo como base a produção de águas cinzas de lavatórios do fórum de Indiaroba/SE, com capacidade de filtrar 243,5 litros de águas cinzas por dia. O tratamento atendeu a hipótese, apesar de não produzir efluente para reúso em jardins e lavagem de carros, mostrou-se efetivo na filtração, ressaltando a sustentabilidade dos materiais e seus impactos, bem como propondo sua aplicação como uma tecnologia para atendimento a indicadores socioambientais do Judiciário de Sergipe.
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