Banca de DEFESA: ELINDAYANE VIEIRA DE SOUZA
03/02/2022 11:36
Introdução. O uso irracional de antimicrobianos é o principal contribuinte para a resistência microbiana, a qual é considerada um problema global de saúde. Nesse contexto, os farmacêuticos comunitários se encontram em posição estratégica para contribuir na promoção do uso racional desses medicamentos, especialmente por meio do serviço de dispensação. Entretanto, há uma escassez de estudos que investiguem as intervenções farmacêuticas realizadas durante esse serviço. Objetivo. Conhecer as práticas de dispensação de antimicrobianos em farmácias comunitárias. Métodos. O estudo foi realizado em duas etapas, de setembro de 2020 a novembro de 2021. Na etapa 01, foi realizada uma Revisão de Escopo para analisar as práticas de dispensação de antimicrobianos em farmácias comunitárias, por meio dos seguintes passos: (1) busca de estudos nas bases de dados Pubmed, EMBASE, LILACS, Web of Science e Cochraneutilizando descritores pré-definidos relacionados à dispensação de antimicrobianos em farmácias; (2) análise dos títulos, resumos e textos completos de acordo com os critérios de elegibilidade; (3) extração e análise de dados. Na etapa 02, foi realizado um estudo transversal, em redes privadas de farmácias comunitárias do estado de Sergipe, com o objetivo de avaliar as condutas dos farmacêuticos na dispensação de antimicrobianos. Para tal, a técnica do paciente simulado foi utilizada, conforme recomendações da literatura. As práticas de dispensação foram analisadas por dois pesquisadores de forma independente por meio de instrumentos validados relacionados ao processo de dispensação e as habilidades de comunicação. Os dados foram apresentados por meio de estatística descritiva e o estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética sob número de parecer 3.698.806. Resultados. Na etapa 01, 35 estudos foram incluídos na revisão de escopo, dos quais 22 (63%) foram publicados no continente asiático. A maioria deles possuía delineamento transversal (n=27) e o principal método utilizado para avaliar as práticas antimicrobianas foi o paciente simulado (n= 21). Ademais, 31 (89%) estudos objetivaram investigar a dispensação de antimicrobianos sem prescrição e apenas 4 (11%) estudos avaliaram com prescrição. Nos 35 estudos avaliados, as principais perguntas realizadas aos pacientes foram sobre alergia a medicamentos (n=19) e sintomas (n=18). As principais orientações providas durante a dispensação foram sobre efeitos colaterais (n=14), precauções (n=14), como tomar o medicamento (n=12) e por quanto tempo o medicamento deve ser tomado (n=11). Ainda, outra intervenção realizada foi o encaminhamento (n=11). Na etapa 02, foram realizadas 54 visitas de pacientes simulados. De modo geral, os farmacêuticos realizaram poucas perguntas aos pacientes, com média de 1 (±1,17) pergunta para o cenário de infecção respiratória superior e 0,3 (±0,54) para o de infecção do trato urinário, assim como uma média de 2,6 (±1,44) e 4,5 (±2,35) orientações, respectivamente. Além disso, os farmacêuticos apresentaram p ontuação regular quanto as habilidades de comunicação (3,07±0,34). Conclusão. Os a ntimicrobianos são frequentemente dispensados com orientações insuficientes e, p ortanto, podem ter um importante impacto no desenvolvimento de resistência a nível g lobal. Esses resultados apontam a alta necessidade de implementar estratégias e ducacionais com o objetivo de qualificar a prática da dispensação de medicamentos.
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