Banca de QUALIFICAÇÃO: GERARDO PEREIRA DE SOUSA
01/02/2022 15:39
Após reformas legislativas realizadas em vários países, a partir dos anos de 1980, foi ampliado o papel das universidades além de suas atividades tradicionais de pesquisa e ensino. A partir dessas mudanças estas instituições passariam a contribuir diretamente com o desenvolvimento econômico e o progresso tecnológico através dos resultados de suas pesquisas, explorados comercialmente por empresas criadas no próprio ambiente acadêmico e denominadas de spin-offs. No entanto, estes empreendimentos para iniciarem dependeriam de licenciamento ou da cessão da propriedade intelectual pela universidade de origem (RASMUSSEN E WRIGHT, 2014) e cumprirem os regulamentos universitários criados com base nas leis específicas de estímulo à inovação e legitimação das práticas empreendedoras nestas instituições. Assim, os regulamentos de spin-offs universitários passaram a reger os procedimentos por meio dos quais estas empresas são estabelecidas e definiram as condições e os limites para o engajamento formal de acadêmicos nesses empreendimentos (FINI, 2020). Neste contexto, as spin-offs tornaram-se mecanismos importantes para a transferência de tecnologia e propriedade intelectual das universidades para o mercado e têm despertado o interesse de pesquisadores, cujos estudos buscaram compreender a relação desses empreendimentos com o crescimento econômico e os principais fatores que desencadeiam o seu desenvolvimento (PARMENTOLA; FERRETTI, 2018). Estudos anteriores documentaram a evolução das políticas de apoio institucional ao empreendedorismo acadêmico como leis, incentivos, programas e esquemas governamentais em nível nacional e regional em diferentes países (Clarysse, 2005); Mustar and Wright (2010); Rasmussen et al. ( 2014) e recentemente estudos se focaram na eficácia dos regulamentos universitários para promover o empreendedorismo com base na ciência, bem como nos seus impactos na geração de spin-offs (FINI, 2020). No entanto, estes estudos pouco priorizaram a competitividade e a inovação aberta dos spin-offs em seus modelos originais de criação. Neste contexto, a questão norteadora da pesquisa é: Como a Teoria da Inovação Aberta (CHESBROUGH, 2003), pode contribuir para o desenvolvimento de um modelo para a criação de spin-offs acadêmicas capaz de estimular a transferência de tecnologia e a propriedade intelectual das universidades para o mercado? Assim, o objetivo geral deste estudo é propor um modelo para a criação de spin-offs acadêmicos para estimular a transferência de tecnologia, a propriedade intelectual e o empreendedorismo nas universidades e demais instituições de ciência de tecnologia. A pesquisa se justifica, do ponto de vista teórico, dada a baixa densidade de estudos sobre a temática, bem como pelo ineditismo da proposta de tese. Do ponto de vista prático, justifica-se a execução da pesquisa no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Propriedade Intelectual – UFS pela sua relação com a linha de pesquisa “Propriedade intelectual e seu papel no desenvolvimento tecnológico”. Do ponto de vista profissional, esta pesquisa justifica-se pela possibilidade de contribuir para a geração de novas spin-offs acadêmicas através do modelo proposto.
SIGAA | Superintendência de Tecnologia da Informação/UFS | Telefonista/UFS (79)3194-6600 | Copyright © 2009-2024 - UFRN v3.5.16 -r19100-31f4b06bdf