Banca de QUALIFICAÇÃO: ANTONIO SIDNEI RIBEIRO CARDOSO
23/01/2022 17:56
RESUMO: o Vale do São Francisco, em especial o Sertão, foi capturado pela lógica modernizadora da agricultura mercadológica. A semiaridez do clima foi a justificativa encontrada para concretizar a política de irrigação sustentada no discurso da produção de alimentos para a diminuição da fome. O Estado investiu nos Projetos Públicos de Irrigação, através de várias Empresas nacionais e estrangeiras, direcionadas ao setor frutícola, que se instalaram na região, apropriando-se da terra e do trabalho camponês, subordinando-os a produção-comercialização da fruticultura. Nesse contexto, o objetivo da presente pesquisa é analisar de que forma os complexos empresariais do agronegócio expropriam a terra e o trabalho da unidade de produção familiar - camponesa, no município de Lagoa Grande/Pernambuco. Sobre a égide do discurso do desenvolvimento local/ territorial, o discurso ideológico serve para encobertar todo processo de subsunção do trabalho, da expropriação da terra, e evidentemente da própria natureza, a partir da inserção do Grupo GVS FRUIT COMPANY no Submédio São Franciscano. Nosso propósito é refletir sobre a real face contraditória do “agro-negócio” no processo da subsunção do trabalho e da terra ao capital. Até o presente momento os resultados da pesquisa indicam que esses Complexos Industriais provocam de forma intensiva a desapropriação da terra e o aumento do exército de reserva garantidor de mais valia relativa, do lucro capitalista. Para atender ao objetivo proposto a presente pesquisa tem como proposta o método do materialismo histórico-dialético, que garante a análise da realidade na sua totalidade em uma interdependência dos fenômenos, em um conjunto amplo de interrelações. Como modo de operacionalizar a investigação, utilizaremos a pesquisa bibliográfica, a pesquisa documental, o trabalho de campo, a entrevista e a fotografia.
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