Banca de QUALIFICAÇÃO: ELINDAYANE VIEIRA DE SOUZA
13/12/2021 07:25
Introdução. O uso irracional de antimicrobianos é o principal contribuinte para aresistência microbiana, a qual é considerada um problema global de saúde. Nesse contexto,os farmacêuticos comunitários se encontram em posição estratégica para contribuir napromoção do uso racional desses medicamentos, especialmente por meio do serviço dedispensação. Entretanto, há uma escassez de estudos que investiguem as intervençõesfarmacêuticas realizadas durante esse serviço. Objetivo. Conhecer as práticas dedispensação de antimicrobianos em farmácias comunitárias. Métodos. O estudo foirealizado em duas etapas, de setembro de 2020 a novembro de 2021. Na etapa 01, foirealizada uma Revisão de Escopo para analisar as práticas de dispensação deantimicrobianos em farmácias comunitárias, por meio dos seguintes passos: (1) busca deestudos nas bases de dados Pubmed, EMBASE, LILACS, Web of Science e Cochraneutilizando descritores pré-definidos relacionados à dispensação de antimicrobianos emfarmácias; (2) análise dos títulos, resumos e textos completos de acordo com os critérios deelegibilidade; (3) extração e análise de dados. Na etapa 02, foi realizado um estudotransversal, em redes privadas de farmácias comunitárias do estado de Sergipe, com oobjetivo de avaliar as condutas dos farmacêuticos na dispensação de antimicrobianos. Paratal, a técnica do paciente simulado foi utilizada, conforme recomendações da literatura. Aspráticas de dispensação foram analisadas por dois pesquisadores de forma independentepor meio de instrumentos validados relacionados ao processo de dispensação e ashabilidades de comunicação. Os dados foram apresentados por meio de estatísticadescritiva e o estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética sob número de parecer 3.698.806.Resultados. Na etapa 01, 35 estudos foram incluídos na revisão de escopo, dos quais 22(63%) foram publicados no continente asiático. A maioria deles possuía delineamentotransversal (n=27) e o principal método utilizado para avaliar as práticas antimicrobianas foio paciente simulado (n= 21). Ademais, 31 (89%) estudos objetivaram investigar adispensação de antimicrobianos sem prescrição e apenas 4 (11%) estudos avaliaram comprescrição. Nos 35 estudos avaliados, as principais perguntas realizadas aos pacientesforam sobre alergia a medicamentos (n=19) e sintomas (n=18). As principais orientaçõesprovidas durante a dispensação foram sobre efeitos colaterais (n=14), precauções (n=14),como tomar o medicamento (n=12) e por quanto tempo o medicamento deve ser tomado(n=11). Ainda, outra intervenção realizada foi o encaminhamento (n=11). Na etapa 02,foram realizadas 54 visitas de pacientes simulados. De modo geral, os farmacêuticosrealizaram poucas perguntas aos pacientes, com média de 1 (±1,17) pergunta para ocenário de infecção respiratória superior e 0,3 (±0,54) para o de infecção do trato urinário,assim como uma média de 2,6 (±1,44) e 4,5 (±2,35) orientações, respectivamente. Alémdisso, os farmacêuticos apresentaram pontuação regular quanto as habilidades de comunicação (3,07±0,34). Conclusão. Os antimicrobianos são frequentemente dispensados com orientações insuficientes e, portanto, podem ter um importante impacto no desenvolvimento de resistência a nível global. Esses resultados apontam a alta necessidade de implementar estratégias educacionais com o objetivo de qualificar a prática da dispensação de medicamentos.
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