Banca de DEFESA: MARCIO ROQUE DOS SANTOS DA SILVA
30/11/2021 10:02
Nos últimos anos, o Sistema de Avaliação da Pós-Graduação stricto sensu brasileira vem passando por transformações em consonância com as políticas presentes no Plano Nacional de Pós-Graduação (PNPG, 2011-2020) que indicam o contínuo aperfeiçoamento do processo avaliativo, a despeito das suas inconsistências, distorções e críticas. A partir de 2018, a CAPES inseriu a Autoavaliação como item a ser ponderado no âmbito da nova Ficha de Avaliação, compreendendo como fundamental o enfoque qualitativo e o caráter formativo e de aprendizagem dessa prática. Tal mudança traz implicações expressivas para a gestão e políticas institucionais dos Programas de Pós-Graduação (PPG), bem como para outros processos organizacionais, como a aprendizagem e inovação. Nessa rota, o objetivo geral desta pesquisa é investigar como está sendo implantada a Política de Autoavaliação e quais as perspectivas para Aprendizagem e Inovação Organizacional nos Programas de Pós-Graduação stricto sensu em Administração das Instituições de Ensino Superior (IES) públicas do Nordeste brasileiro. Metodologicamente, realizou-se um estudo de múltiplos casos, qualitativo, interpretativo e descritivo, envolvendo quatro PPGs, cujas evidências foram produzidas a partir de entrevistas com roteiro semiestruturado e análise documental. Os dados foram tratados por meio da técnica de Análise de Conteúdo. Como resultados da pesquisa, percebeu-se que o enfoque da Autoavaliação no cenário da pós-graduação adveio da observância de experiências consolidadas no âmbito da avaliação da educação superior brasileira, conduzidas pelo Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES), e de experiências internacionais. Concluiu-se que a Autoavaliação pode ser traduzida em um processo de Aprendizagem Organizacional, onde a análise acerca do conhecimento produzido pode conduzir a mudanças e inovações nos PPGs. Nesse ponto, há elementos que confirmam a perspectiva quanto à Aprendizagem Organizacional, assentados em aspectos facilitadores dispostos em quatro dimensões, como: 1) Experimentação – a Cultura de Autoavaliação e a utilização de software; 2) Interação com o ambiente externo – a influência da regulação, o relacionamento com egressos e com a Pró-reitoria de Pós-Graduação; 3) Diálogo – as reuniões colegiadas, o envolvimento e engajamento do corpo docente e discente, as interações e compartilhamento de atividades entre os docentes e a disponibilidade e compartilhamento de informações; e 4) Tomada de decisão participativa – as reuniões colegiadas e comissões instituídas para fins específicos. Ademais, as evidências apontaram uma percepção assertiva no que tange às perspectivas para a Inovação Organizacional nos PPGs, evidenciando, de modo geral, elementos como mudanças no processo formativo, aproximação de outros setores da sociedade civil, mudanças no modelo de gestão dos Programas, uso de mídias sociais, consolidação de práticas de interação com o ambiente externo e estabelecimento de mecanismos de inovação aberta. Como contribuições, o estudo pode auxiliar as discussões acerca da Autoavaliação no cenário da pós-graduação, assim como contribuir com insights importantes acerca do entendimento sobre aprendizagem e inovação em PPGs para além dos aspectos isomórficos.
SIGAA | Superintendência de Tecnologia da Informação/UFS | Telefonista/UFS (79)3194-6600 | Copyright © 2009-2024 - UFRN v3.5.16 -r19150-8b2e1ce06f