Banca de DEFESA: ALINE MECENAS SANTANA ALBUQUERQUE
25/11/2021 08:50
O SARS-Cov-2 é o agente causador da Doença do Coronavírus 2019 (COVID-
19), que foi descrita pela primeira vez em Wuhan, China, em dezembro de 2019
e se espalhou rapidamente pelo mundo. As características moleculares da
genômica do SARS-CoV-2 e os estudos sobre sua fisiopatogenia estão em
constante evolução desde o início desta crise global. Variantes do SARS-CoV-2
surgiram rapidamente em humanos e suplantaram as cepas ancestrais. Suas
taxas aumentadas de transmissão interindividual conferiam uma vantagem de
replicação na população. No Brasil, com a disseminação descontrolada do
SARS-CoV-2 no território nacional, emergiram duas preocupantes Variantes de
Preocupação (VOC) até o momento (P.1 e P.2). O objetivo do presente estudo
é realizar estudos clínico-epidemiológicos sobre a infecção por diferentes
variantes do SARS-CoV-2 em circulação no Estado de Sergipe. Este é um
estudo caso-controle, com casos de COVID-19 positivos por qRT-PCR e
investigação genômica de suas variantes que foram comparadas com um grupo
controle de 62 pacientes selecionados aleatoriamente do banco de dados
COVID-19 do “Monitora Corona” - um projeto emergencial adotado pela
Universidade Federal de Sergipe para monitoramento via telemedicina. Nos 40
pacientes infectados com variantes, a VOC predominante (52,5%) foi P.1
(Gama). Quanto aos sintomas apresentados, as infecções por variantes
apresentaram mais artralgia (p = 0,015), hiporexia (p = 0,006), náusea/vômitos
(p = 0,048) e confusão mental (p = 0,029). Este último não foi identificado no
grupo controle. Não houve diferença significativa nas comorbidades ou dados
demográficos entre os grupos. O desfecho de doença grave de acordo com a
Escala de Progressão Clínica da OMS foi identificado apenas nos infectados com
variantes, assim como oxigenoterapia de alto fluxo e admissão na UTI (p = 0,05).
As duas mortes relatadas no estudo foram em pacientes infectados com
variantes. Estudos adicionais são necessários para esclarecer se a infecção por
diferentes variantes determina condições clínicas de gravidade diferentes e se
há alterações nos desfechos secundários.
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