Banca de QUALIFICAÇÃO: GABRIEL REIS CASTRO
11/11/2021 10:58
OBJETIVO: I - Analisar e relatar as complicações ocorridas nas cirurgias de implante coclear (IC) realizadas em um hospital de ensino filantrópico, localizado em uma região de baixa renda do Brasil. II - Analisar e organizar as recomendações publicadas em revisões sistemáticas sobre prevenção e manejo de complicações em cirurgia de implante coclear. MÉTODOS: I - Estudo de coorte histórica que analisou prontuários cirúrgicos de 432 pacientes de todas as faixas etárias e de ambos os sexos que receberam IC unilateral em centro de referência terciário que atende apenas pacientes do SUS, de fevereiro de 2009 a dezembro de 2017. II – Overview de revisões sistemáticas sobre complicações em cirurgias de implante coclear. Foi realizada uma busca sistemática nas seguintes bases de dados: PubMed, SciELO, Web of Sciences, EMBASE e Cochrane Library, utilizando os descritores: (cochlear implant receiver-stimulator displacement) OR (cochlear implant magnet displacement); cochlear implant meningitis; cochlear implant infection; cochlear facial implant paralysis; cochlear implant dizziness; cochlear implant facial nerve stimulation; (cochlear implant headache) OR (cochlear implant chronic pain); cochlear implant cholesteatoma. Foram incluídas revisões sistemáticas com ou sem meta-análise, em português, espanhol ou inglês, que avaliassem a ocorrência de complicações na cirurgia de implante coclear em indivíduos de qualquer idade. A coleta e extração de dados foram realizadas de forma independente por dois revisores. RESULTADOS: I - No total, ocorreram 67 complicações nas cirurgias de IC (15,5%), sendo 21 complicações maiores (5,4%). Complicações menores ocorreram em 50 casos (12%). A principal complicação mais frequente foi o deslocamento do receptor-estimulador (quatro casos). Seis pacientes precisaram ser explantados devido a uma complicação maior. O risco relativo de complicações maiores na população com 60 anos ou mais foi de 4,41 (1,53-12,72; IC 95%). II - (parcialmente concluído) Onze revisões sistemáticas foram incluídas até o momento. Meta-análises foram realizadas em cinco desses estudos. Os autores mencionaram alta heterogeneidade e limitações de metodologia entre os estudos primários como razões pelas quais a meta-análise não era viável nos artigos restantes. CONCLUSÕES: I - Pacientes idosos sofreram mais complicações do que pacientes mais jovens. Deslocamento do receptor-estimulador e tontura foram as complicações mais frequentes (maiores e menores, respectivamente. A idade como fator de risco isolado para complicações na cirurgia de implante coclear é um caminho a ser explorado em observações futuras. II - (parcialmente concluída) A escassez de estudos metodológicos de boa qualidade é bastante comum em diversas áreas cirúrgicas e há muitas publicações que discutem o assunto, com propostas de estratégias de combate ao problema. Embora a cirurgia de implante coclear tenha uma baixa incidência de complicações, existem algumas áreas com poucos estudos com bom nível de evidência científica para orientar cirurgiões e equipes, como prevenção do deslocamento do receptor-estimulador, tratamento da dor crônica e uso de antibióticos no período perioperatório.
SIGAA | Superintendência de Tecnologia da Informação/UFS | Telefonista/UFS (79)3194-6600 | Copyright © 2009-2024 - UFRN v3.5.16 -r19032-7126ccb4cf