Banca de DEFESA: CAMILA BISPO SANTIAGO VASCONCELOS
03/11/2021 15:19
Introdução: O câncer infantojuvenil é considerado uma doença crônica e atualmente consiste num problema de saúde pública, responsável por ser a principal causa de morte por doença na infância (excetuando-se o período neonatal) e na adolescência. Com o diagnóstico, os pais ou os parentes mais próximos comumente assumem a responsabilidade de cuidador principal e têm papel fundamental na manutenção da qualidade e no funcionamento adequado da estrutura familiar durante todo processo do tratamento. Repercussões psicoemocionais são observadas nestes cuidadores, dentre elas alterações na qualidade de vida (QV). Objetivo: Avaliar a QV dos cuidadores principais de crianças e adolescentes com câncer. Método: Trata-se de um estudo analítico, transversal de abordagem quantitativa. Foram entrevistados cuidadores principais de crianças e adolescentes com câncer no período de maio de 2018 a março de 2021. Utilizou-se dois instrumentos, o primeiro para obter dados sociais, demográficos, e emocionais do cuidador e o segundo era a escala de qualidade de vida World Health Organization Quality of Life – Bref (WHOQOL-Bref). Resultados: Os 115 participantes eram predominantemente mães (90,4%), vivendo com um companheiro (a) (75,7%), do estrato social de baixa renda. A maioria (74,8%) não tinham antecedente histórico de transtorno mental, porém 83,3% sofreram interferência na vida com o adoecimento do paciente. O valor médio do escore de qualidade de vida (QV) foi de 60,5 pontos, correspondente a uma QV insatisfatória. O domínio específico que apresentou menor média de escore foi o do meio ambiente (53,2). Dados como diagnóstico do paciente, local da entrevista, prática da religião, categoria de renda, não apresentaram diferença quando comparados segundo os domínios específicos do WHOQOL-Bref. Conclusão: Os dados analisados neste estudo mostraram comprometimento na QV dos cuidadores principais, o que torna imprescindível um olhar mais cuidadoso a este público com necessidade de realização de ações que previnam e promovam saúde emocional, pois o seu bem-estar interfere diretamente na saúde do paciente.
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