Banca de QUALIFICAÇÃO: KAROLINE SANTOS VIEIRA
13/09/2021 14:15
O presente estudo trata da simbiose Candomblé/comunidade, por meio da história de Mãe Nanã de Aracaju (1891-1981) e seu legado para o Candomblé no cenário sergipano. Para que seja possível compreender a ligação entre a religião e o coletivo, faz-se necessário um recorte histórico. Trata-se da ruptura do período colonial, fim do sistema escravocrata. Contudo, apesar dessas transições serem responsáveis pela liberdade do negro, esta se limita à liberdade física, uma vez que o negro permanece tolhido social, econômica, psicologicamente. Desta feita, seus anseios não são ouvidos pela sociedade vigente e sua religião, cultura, saber correm o risco de serem dizimados pelo processo de branquitude, sendo a única possibilidade de organização desse povo construída através da religião, do Candomblé, do espaço do terreiro. Por conseguinte, o terreiro se apresenta como espaço de educação étnico-racial, sendo o lugar de resgate e valorização do saber africano. É no terreiro, portanto, que se realiza um processo de conscientização, humanização que reverbera além das suas paredes e provoca transformações no cenário vigente. Nesse viés, o trabalho volta-se a uma análise etnográfica, ao propor estudar as atividades de determinado grupo e como estas são moldadas sob influência da religião. Analisa o Candomblé como ferramenta integradora no universo do terreiro, pela defesa de um multiculturalismo crítico, de ações afirmativas, ensejado pela reflexão em pensar o cosmo, a existência, a vida, através do culto aos Orixás, da ancestralidade, do pertencimento, do Axé, diretrizes firmadas pela religião. Essa epifania é possível graças à promoção dos valores africanos pelo Candomblé, que gera uma comunidade ativa, organizada; emerge um processo de luta e combate ao racismo epistêmico.
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