Banca de QUALIFICAÇÃO: JAMILLE OLIVEIRA COSTA
06/09/2021 12:17
INTRODUÇÃO: As altas taxas de internação e mortalidade provocadas pelaInsuficiência Cardíaca (IC) tem despertado atenção dos setores de saúde de todo omundo. No tratamento não farmacológico, a qualidade da alimentação é fundamentalpara obtenção de desfechos clínicos positivos dessa enfermidade clínica. Os guidelines ediretrizes focam em recomendações com abordagem na ingestão de nutrientes. Porém,nos últimos tempos a literatura recomenda que a relação alimentação e saúde ou doençaenvolva combinações de alimentos e preparações que representem os efeitos sinérgicosou antagônicos de diferentes componentes dietéticos. OBJETIVO: descrever ospadrões alimentares de pacientes hospitalizados por descompensação de IC e associaraos fatores demográficos, econômicos, clínicos e tipo de atendimento prestado emSergipe. MÉTODOS: Estudo transversal que faz parte do Registro de IC (VICTIM-CHF)” de Aracaju/SE. A coleta de dados prospectiva aconteceu com todos os pacienteshospitalizados entre abril 2018 e fevereiro de 2021 em hospitais de referências emcardiologia, sendo 2 públicos e 1 privado. Os dados coletados foram variáveissociodemográficas, clínicas, estilo de vida, antropométrica e de consumo alimentar. Aingestão dietética diária foi estimada mediante aplicação de questionário de frequênciaalimentar semiquantitativo. A extração dos padrões alimentares, por análise fatorial, foirealizada após agrupamento dos alimentos de acordo com o valor nutricional e a formade preparo em 34 grupos. Para avaliar a associação ente os escores fatoriais de adesãodos padrões e as variáveis estudadas foi aplicado o teste de U de Mann-Whitney.Também foram realizadas regressões lineares considerando o padrão alimentar (umapara cada padrão) como variável dependente. A significância estatística aceita foi de p <0,05. Todas as análises foram conduzidas no Stata (StataCorp, 2011, Stata StatisticalSoftware: Release 12. College Station, TX, EUA). RESULTADO: Participaram doestudo 240 pacientes hospitalizados por descompensação de IC sendo a maior parteidosos (idade média 61,12±1,06 anos), do sexo masculino (52,08%) e atendidos peloSUS (67,5%). Foram identificados três padrões alimentares rotulados como “ocidental”(alimentos típico da população brasileira nordestina somado a alimentosultraprocessados), “misto” (alimentos mais saudáveis e afastam o consumo de açúcarsimples dos refrigerantes) e “tradicional” (comidas rápidas e fácil preparo como oslanches, pães, doces e sobremesas). A adesão ao padrão “Ocidental” foi maior para oshomens e não diabéticos. Já o “Misto” foi mais consumido pelos idosos, comcompanheiros, com menor renda, atendidos no SUS e sem hipertensão. O padrão dieta“Tradicional” teve maior adesão dos idosos, raça autodeclarada não negro, com maiorrenda, atendidos no setor privado e com capacidade funcional menos prejudicada.Observou-se também que ser do sexo feminino e ter maior idade reduzem as chances derealizar o padrão “Ocidental”. Já em relação ao tipo de atendimento, ser do serviçopúblico reduziu as chances de aderir ao “tradicional”. CONCLUSÃO: Os fatoresdemográficos, econômicos, clínicos e o tipo de atendimento prestado associaram-se comos padrões alimentares encontrados. Ser do sexo feminino e ter maior idade reduziramas chances de realizar o padrão alimentar Ocidental. Já ser atendido no serviço públicoreduziu as chances de aderir ao tradicional.
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