Banca de DEFESA: KARINA NUNES DOS SANTOS
20/08/2021 16:55
A despeito da controvérsia persistente acerca do ceticismo atribuído à Montaigne, a construção de sua filosofia moral muito se deve à leitura das Hipotiposes pirrônicas, de Sexto Empírico – filósofo cético da Antiguidade –, quando do seu exílio voluntário, após a morte de seu pai. Católico declarado, Montaigne se insere nos debates da Reforma Protestante e Contrarreforma, apontando uma solução possível e pacífica entre racionalistas e fideístas. Nosso objetivo é apresentar as similitudes entre as filosofias dos dois filósofos supracitados, a partir dos conceitos de “natureza”, “razão” e “costume”, apontando, assim, a construção do relativismo dos costumes, em Montaigne, que o marca como cético pirrônico, em certa medida. A marca de Sexto em Montaigne também se mostra na semelhança entre “a razão dos animais”, presente no Ensaio “Apologia de Raymond Sebond”, de Montaigne e, os conceitos de “presunção” e “precipitação”, de Sexto Empírico. Para tanto, faremos uso de análise bibliográfica das obras supracitadas, bem como de seus maiores comentadores. A dupla solução montaigniana apaziguou as disputas acerca do critério de verdade – precipitadas por Martinho Lutero – e abriu passagem para o ceticismo se recolocar nos debates filosóficos, permitindo-nos vislumbrar as luzes do Iluminismo que viria a se manifestar, posteriormente. |
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