Banca de DEFESA: CLAUDIANE MAHL
18/08/2021 10:21
Introdução: O câncer de cabeça e pescoço é considerado um dos cânceres mais
agressivos, com baixa sobrevida, impacto negativo na qualidade de vida e nos fatores
psicossociais dos pacientes. Objetivo: Avaliar a sobrevida, os aspectos psicossociais, a
qualidade de vida e a dor de pacientes com câncer de cabeça e pescoço no estado de
Sergipe. Metodologia: Foi realizado um estudo longitudinal com pacientes
diagnosticados com câncer de cabeça e pescoço no período de agosto de 2017 a junho
de 2020. A qualidade de vida, dor, ansiedade, sintomas depressivos, suporte social,
espiritualidade, resiliência e catastrofização da dor, foram avaliados com instrumentos
validados em três momentos: no início, final e um ano após o término do tratamento
oncológico. O tamanho amostral mínimo foi estimado em 47 pacientes, baseado em
análise de sobrevivência não-paramétrica de uma amostra. Os dados foram
examinados quanto a perda de seguimento, outliers, normalidade e linearidade. A
sobrevida foi calculada por meio do estimador produto limite Kaplan-Meier, os fatores
relacionados ao óbito por regressão de Cox, a comparação dos escores de qualidade de
vida, fatores psicossociais e dor entre sobreviventes e não-sobreviventes foi feita pelo
testes de Mann-Whitney e as mudanças desses escores ao longo do tempo entre
sobreviventes foi analisado pelo teste de Friedman com post-hoc de Conover.
Resultados: Dos 79 pacientes acompanhados, a maioria era homem, média de 55
anos, residentes do interior do estado, baixa renda e escolaridade, tabagistas e
diagnosticados com lesões em estágio avançado. A sobrevida global em 12 e 24
meses de acompanhamento foi de 50.6% e 39.4%, respectivamente. O sexo
masculino e não possuir companheiro, esteve associado ao óbito. Piores
escores de qualidade de vida, ansiedade, sintomas depressivos, suporte social,
espiritualidade e resiliência no início do tratamento esteve associado à mortalidade.
Entre os sobreviventes, por sua vez, o comportamento psicológico, percepção de dor e
qualidade de vida mostrou-se estável, com poucas alterações do início até um ano após
o término do tratamento. Os pacientes que tiveram o acompanhamento atrasado
durante a pandemia tiveram maior risco para automedicação. Conclusão: Os
resultados desta tese mostram a necessidade de avaliar a qualidade de vida e os
marcadores psicossociais antes do início do tratamento, buscando identificar um perfil
mais suscetível a piores desfechos clínicos.
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