Banca de DEFESA: GRACINDA MARIA GOMES ALVES
18/08/2021 16:57
O Brasil ainda não atingiu a meta de eliminação da hanseníase, quepermanece na lista de doenças negligenciadas e continua com as taxas dedetecção estáveis em todos as áreas endêmicas. Em Alagoas, não tem sidodiferente e analisar o contexto epidemiológico e a dinâmica espacial e temporalda hanseníase nesse Estado é o objetivo principal deste estudo ecológico.Para a análise do contexto epidemiológico, foi feito um estudo estatísticodescritivo que considerou variáveis sociodemográficas, como sexo, raça/corautorreportada, escolaridade, e variáveis clínicas, como o grau de incapacidadefísica e a classificação operacional. O primeiro estudo desta tese foi um estudodo tipo revisão de escopo, mapeando os principais conceitos para orientarfuturas evidências e identificar lacunas do conhecimento quanto ao Grau deIncapacidade Física como preditor do diagnóstico tardio. Esta revisão seguiurigorosamente as recomendações estabelecidas no manual de revisão deescopo do Joanna Briggs Institute, versão 2020. O levantamento bibliográficofoi realizado no período de setembro a dezembro de 2020, a seleção dosestudos foi realizada por dois revisores e, na presença de qualquerdivergência, foi consultado um terceiro revisor. Nos resultados, foi observadauma frequência expressiva de casos novos com o registro do Grau deIncapacidade Física e com a classificação operacional multibacilar, indicadoresque confirmam o atraso no diagnóstico. A conclusão deste estudo evidenciaque o Grau de Incapacidade Física é relevante no diagnóstico da hanseníasecomo indicador e preditor do diagnóstico tardio e, possivelmente, de endemiaoculta. O segundo estudo utilizou registros obtidos no Sistema de Informaçãode Agravos de Notificação, a partir da Secretaria Estadual de Saúde (2010-2019), e os dados demográficos do censo populacional (2010). Foramrealizadas análise espacial e de tendência temporal. Nos resultados foramencontrados 4.343 casos de hanseníase notificados nos municípios de Alagoasentre 2010 a 2019. A taxa média de detecção de casos novos para apopulação total foi estimada em 10,85/100 mil habitantes, variando de 12,57(2010) a 11,63 (2019). Houve tendência de redução do número médio de casosem 2010-2014 (Annual Percentage Change = - 4,34, IC95%: -10,5-2.3) e deaumento em 2015-2019 (Annual Percentage Change = 3,04, IC95%: -15,1-25).AAPC = -1.9 (IC 95%: -7.6 - 4.1, p = 0.5) total do período. As taxas brutas ebayesianas demonstraram muitos municípios com característica de altaendemia nas regiões oeste, noroeste, nordeste e sul do estado de Alagoas.Este estudo evidenciou clusters e possível endemia oculta. Recomendam-se oplanejamento de ações preventivas, o investimento na capacitação deprofissionais da saúde, a busca ativa de casos e a avaliação de contatos nasáreas identificadas.
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