Banca de DEFESA: NATHALIA DE MOURA BARBOSA
17/08/2021 11:25
Tendo se intensificado juntamente com o processo de globalização, o turismo está hoje fortemente presente na realidade de vários municípios brasileiros, muitas vezes se instalando em comunidades tradicionais com fortes ligações territoriais, como é o caso em estudo. Caracterizando-se enquanto cidades de pequeno porte e de contexto socioeconômico fragilizado, o novo mercado se insere com a promessa de melhorar as condições de renda da população local e trazer benefícios para a região. No entanto, a introdução das práticas relacionadas a esse setor nos espaços receptores não se restringe somente a mudanças relativas ao aspecto econômico e, ainda essas, mais tendem a perpetuar a lógica capitalista de distribuição desigual dos recursos do que, de fato, proporcionar o desenvolvimento socioeconômico da área. Assim, a pesquisa que se segue teve como principal objetivo a descrição e análise dos impactos que a atividade turística vem ocasionando nos diversos âmbitos da relação entre indivíduo e território na Rota Ecológica dos Milagres, localizada no litoral norte do Estado de Alagoas. Para os fins deste trabalho, consideramos as modificações referentes a três esferas que abrangem o conceito de território utilizado: o econômico, o cultural e o político. A fim de identificar a repercussão desses conflitos nas formas de apropriação territorial dos residentes, classificamos as situações encontradas como desterritorializadoras (que restringem ou anulam o uso e o controle do espaço) ou reterritorializadoras (as estratégias adotadas pela população para resistir e adaptar-se à nova lógica). A metodologia empregada foi a observação direta com aplicação de entrevistas semiestruturadas realizadas com 13 indivíduos pertencentes aos distintos grupos inseridos na realidade do turismo na Rota Ecológica. Os resultados apontados confirmam nossa hipótese de que a lógica mercantilista com que a atividade turística avança na região, tem efeitos predominantemente deteriorantes nas formas de controle territorial que os habitantes possuem, mesmo que esses, apresentem táticas para resistir e adaptar-se à nova conjuntura.
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