Banca de DEFESA: LILIANA ARAGÃO DE ARAÚJO
09/08/2021 15:52
Na conexão entre a teoria decolonial de gênero e a interculturalidade, esta pesquisa busca responder a seguinte pergunta de partida: como são construídos os papéis sociais de gênero nos casamentos interculturais, entre mulheres brasileiras e homens imigrantes que vivem em Aracaju? Para tanto tracei com objetivo geral compreender como são construídos os papéis sociais de gênero em casamentos interculturais entre mulheres brasileiras e homens imigrantes residentes em Aracaju; e como objetivos específicos: identificar como se processa a transmissão dos rituais familiares em famílias com cônjuges de nacionalidades diferentes; compreender quais as representações sociais preexistentes sobre o homem estrangeiro e a mulher brasileira; analisar como ocorrem as relações de poder, nas decisões do cotidiano destas relações; investigar se nestas relações conjugais os papéis sociais historicamente construídos entre homens (espaço público) e mulheres (espaço privado) são repetidos; investigar quais as disputas e tensões destas relações. A opção em nominar casamentos interculturais, tendo como recorte, nesta tese, pessoas de nacionalidades, línguas maternas e raízes culturais diferentes, se dá a partir da compreensão a cerca das diferenças e desigualdades destas relações, e compreendendo que elas – as diferenças e desigualdades – restituem as relações de poder e hierarquias muitas vezes invisibilizadas. Para tanto realizei entrevistas com nove casais de nacionalidades diferentes residentes em Aracaju. Estas entrevistas foram realizadas na residência do casal, no comércio ou em algum ambiente indicado pelos entrevistados. Utilizei a técnica de história oral, através de entrevista semiestruturada, e obtive autorização para gravação de todas as entrevistas. Apesar da heterogeneidade da amostra observei que a construção social dos papéis de gênero em relações interculturais preserva as características de dominação masculina e de assimetrias de poder entre homens e mulheres. No entanto, quando articulado aos demais marcadores identitários como raça, classe, nível educacional têm-se relações mais igualitárias, visto que a mulher possui mais autonomia económica, está no seu país nativo, com sua cultura nativa, seus familiares e amigos.
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