Banca de DEFESA: CAMILA SILVA SANTOS
07/07/2021 14:02
A pesquisa elucida o movimento de ocupação do espaço agrário na Unidade de planejamento do rio Piauí, no município de Lagarto-Se, a partir da presença e expansão de chácaras na década de 1990, e seus rebatimentos para a economia local camponesa. Tratam-se de terrenos, cujos usos como segunda residência, representam para os seus proprietários momentos de descanso da rotina de trabalho urbano ou a fuga do mundo do trabalho nos fins de semana, para em seguida realizar o retorno à vida criativa e laboral. Essa realidade se desenvolve em um país cuja concentração da terra é reconhecidamente uma questão estrutural, responsável por desigualdades de renda e poder e em um estado onde a minifundização se intensifica ano a ano, conforme confirmam os dados do Censo Agropecuário de 2017 (IBGE). Na área da pesquisa identificamos que as terras do entorno da Unidade de planejamento do rio Piauí são tradicionalmente ocupadas por unidades de produção camponesas, nas quais se desenvolvem a produção de cultivos alimentares e a presença dos citrus, tradicionalmente representativos da economia regional. Considera-se que a espacialização de chácaras como domicílios de uso ocasional em terrenos de alta valorização no campo, ajuda a aprofundar a questão agrária em Sergipe. Sua ocupação por trabalhadores que veem no campo um “refúgio”, e como estabelecimentos com área inferior a 1 há, expõe contraditoriamente a fragmentação da unidade de produção camponesa, a manutenção da estrutura fundiária concentrada no município de Lagarto e o não uso produtivo de terras férteis, meios de produção essenciais à reprodução da vida no campo.
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