Banca de DEFESA: LAISA DIAS SANTOS
30/06/2021 09:49
Esta pesquisa objetiva compreender os sentidos atribuídos à ideia de instrução moderna em escritos educacionais de 11 intelectuais brasileiros da geração 1870. Para tanto, foi necessário: identificar nos itinerários intelectuais a genealogia de origem dos escritos educacionais, atentando para temas, tipologia das obras, os meios de veiculação utilizados e os lugares de fala dos seus autores; analisar as interlocuções estabelecidas entre os discursos educacionais, teorias estrangeiras e a conjuntura da instrução nacional no final do Império brasileiro; e interpretar como se configurou a ideia de instrução moderna, destacando as similitudes e divergências entre os escritos educacionais. Para alcançar os objetivos, foi utilizada a abordagem da História dos intelectuais, segundo Sirinelli (1996), aliada à pesquisa documental e à técnica da prosopografia. Como fontes de pesquisa, foram analisadas leis, decretos, discursos parlamentares, artigos de jornais, conferências, relatórios e projetos de reformas da instrução pública elaborados por Aarão Reis, Alberto Sales, Antônio da Silva Jardim, Rangel Pestana, Joaquim Nabuco, Luís Pereira Barreto, Miguel Lemos, Raimundo Teixeira Mendes, Rui Barbosa, Silvio Romero e Tobias Barreto. Os levantamentos de fontes foram realizados em arquivos físicos e digitais de instituições como Fundação Getúlio Vargas (FGV); Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (CPDOC); Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin; Biblioteca da Faculdade de Direito de Pernambuco e de São Paulo; Biblioteca Pedro Aleixo; Biblioteca Digital do Senado Federal; Biblioteca Nacional; Academia Brasileira de Letras e Instituto Histórico e Geográfico do Brasil. Foi possível considerar que os 11 intelectuais analisados, em suas produções educacionais com vistas a uma instrução moderna, priorizaram a defesa dos princípios de liberdade, cientificidade e laicidade do ensino, fruto de uma mentalidade científica, engendrada tanto por locais de inspiração, engajamento e veiculação das ideias, tais como a imprensa, estabelecimentos de ensino e espaços políticos, bem como por teorias estrangeiras e por uma visão histórica de transição, transformação e modernização do país. Por fim, pensar a educação e seus problemas nos escritos da geração 1870, é pensar para além do campo de ensino e suas particularidades, correlacionando-as às mudanças da sociedade, economia, política, religião, cultura e a novos valores morais decorrentes de uma sociedade que se intentava moderna.
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