Banca de DEFESA: NAYJARA CARVALHO GUALBERTO
09/04/2021 11:04
O Brasil, importante produtor de frutas e uma grande potência no beneficiamento de sua produção, transformando a agroindústria num importante segmento da economia do país, principalmente para exportação. Em consequência a esse avanço, houve um aumento na geração de resíduos ou subprodutos agroindustriais (casca, pele, sementes e bagaço). Há uma crescente busca por uma forma eficiente de aproveitamento dos resíduos agroindustriais, além de ser uma matéria-prima de fonte natural e de baixo custo para a produção de compostos de valor agregado com propriedades antioxidantes, como os polifenóis e carotenoides, pode ser uma alternativa para uso destes como substratos em meios fermentativos com uso de leveduras para a produção microbiana de compostos bioativos. Os compostos fenólicos assim como os carotenoides combatem vários tipos de câncer e outras doenças por causa de sua eliminação de radicais livres e/ou potencial de provitamina A (caroteno), em função das suas propriedades antioxidantes, no entanto, pouca atenção tem sido dada à avaliação de compostos fenólicos em leveduras. Desse modo, o objetivo do trabalho é propor a otimização de um processo biotecnológico de fermentação com a levedura Rhodotorula mucilaginosa, através do uso de resíduos agroindustriais de frutas tropicais para fins da obtenção de compostos bioativos, dentre eles compostos fenólicos e carotenóides. Para tanto, foi realizada uma caracterização físico-químicas e bioativas dos resíduos das frutas acerola, goiaba, jenipapo e umbu. Para a identificação de compostos fenólicos foi realizados testes preliminares com mistura hidroalcóolica de acetona, etanol e metanol, ambos a 80% e duas formas de extração em shaker e ultrassom. Os resíduos de acerola, goiaba e umbu apresentam valores expressivos de proteínas, lipídios e fibras, enquanto que o resíduo de jenipapo mostrou ser uma boa fonte de açúcar, sendo a sacarose o açúcar de maior concentração. Em relação à caracterização bioativa, nos resíduos de acerola e umbu foi identificado a presença de β-caroteno e elevadas concentrações de ácido tartárico e ácido quínico, respectivamente. A acetona foi escolhida como o melhor solvente de extração, aliado ao banho de ultrassom para os resíduos de acerola, goiaba e jenipapo, no entanto para o resíduo de umbu a extração em shaker apresentou melhores resultados quanto ao teor de fenólicos totais, flavonoides totais e maior atividade antioxidante pelos ensaios ABTS-TE, ABTS-AA*, FRAP e DPPH. Na correlação de Pearson, o kaempferol e ácido p-cumárico, assim como os fenólicos totais e flavonóides totais apresentaram correlação positiva (p ≤ 0,05) com a atividade antioxidante de todas as amostras. Portanto, diante dos dados apresentados, os resíduos das frutas acerola, goiaba, jenipapo e umbu podem ser considerados como boa fonte de compostos bioativos e de nutrientes, fatores importantes para que possam ser utilizados como substrato de baixo custo e alto valor agregado para meios fermentativos.
SIGAA | Superintendência de Tecnologia da Informação/UFS | Telefonista/UFS (79)3194-6600 | Copyright © 2009-2024 - UFRN v3.5.16 -r19110-7eaa891a10