Banca de DEFESA: CLEIBSON AMÉRICO DA SILVA
19/02/2021 16:22
A discussão proposta nesta dissertação voltou-se para a crítica de Max Scheler ao pensamento de Immanuel Kant, dois pensadores empenhados em buscar algum elemento que possa ser posto como a essência da vida moral. O segundo, em suas obras Fundamentação da metafísica dos costumes e Crítica da razão prática, procurou sedimentar uma doutrina moral em consonância com o seu sistema filosófico, de modo a integrá-la como sendo necessária à razão pura, que é também prática ao determinar a vontade. O primeiro, por sua vez, partindo de sua obra magna O formalismo na ética e a ética material dos valores, buscou simultaneamente fundamentar uma doutri na ética que fosse capaz de refutar o que chamou de “formalismo kantiano” e justificar sua teoria material dos valores. O objetivo geral do estudo foi recompor o exame scheleriano da filosofia moral de Kant, de modo a traçar os pressupostos dessa análise crítica a partir de um conjunto de conceitos estruturantes presente nas duas posições em tela (a priori, empírico, boa vontade, intuição, imperativo categórico, bem/mal, cumprimento do dever como condição essencial da lei moral, ética material, valores, hierarquia dos valores etc.). Para tanto, procurou-se fazer uma leitura das obras dos autores, ressaltando sua estrutura interna e dela retirando o percurso filosófico de cada texto até chegarmos à c ompreensão de certa ordem argumentativa utilizada. O trabalho está dividido em três capítulos, sendo o primeiro consagrado à reconstrução da doutrina moral kantiana, sobretudo, a partir dos principais tópicos que serão caros ao estudo de Scheler. O segundo capítulo foi dedicado à ética material dos valores, em seus pormenores, tendo em vista a apreciação do “formalismo moral”. E, por fim, no terceiro capítulo, encontra-se apresentada a crítica que Scheler endereçou, por meio de sua teoria ética, à doutrina moral de Kant, destacando-se as principais causas das divergências e incompatibilidades entre as duas doutrinas morais; conclui-se, por fim, que o ponto de desacordo reside nas diferenças metodológicas que caracterizam seus respectivos pontos de partida, já que Kant parte de uma perspectiva analítico-sint& eacute;tica e Scheler, por sua vez, fenomenológica.
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