Banca de DEFESA: LUCAS VIEIRA SANTOS SILVA
18/02/2021 10:00
A partir de indagações que surgiram no decorrer da minha trajetória de vida e acadêmica, a presente dissertação tem como tema o impacto do racismo e da violência policial na trajetória de vida de jovens negros em conflito com a lei na cidade de Aracaju, abordando enquanto objeto de pesquisa: os relatos e as narrativas desses jovens, especialmente de adolescentes até 20 anos, acerca de suas experiências com o racismo e com a violência policial. Nesse sentido, partindo de uma sociologia da juventude, da violência e das relações étnico-raciais, o presente trabalho objetiva compreender de que maneira que o racismo e a violência policial afetaram e afetam a trajetória de vida de jovens negros em conflito com a lei da cidade de Aracaju/SE. Assim sendo, alguns autores foram importantes para compreensão do tema: Ariès (1981), Abramo (1997) Groppo (2015a, 2015b, 2017) por causa da contribuição sobre a noção de juventude e pela reflexão acerca da maneira que esse conceito foi trabalho pelo campo sociológico; Guimarães (2004; 1999) e Almeida (2019) devido as contribuições dos autores ao tema das relações raciais e, além disso, acerca do conceito de racismo e, consequentemente, de sua concepção estrutural; Misse (1999; 2011; 2016), Porto (2015), Mesquita (1999) e Soares (2019) pela reflexão acerca do conceito de violência e, mais especificamente, da violência policial, sem contar a contribuição na reflexão acerca do conceito de sujeição criminal. Para alcançar esse objetivo, utilizamos nesta dissertação três instrumentos metodológico, são eles: entrevistas semiestruturadas com os jovens que se autodeclaram negros e que estão na instituição socioeducadora de semiliberdade; o Software QRS Nvivo para agrupar os dados produzidos pela coleta de campo; e, por último, a análise de conteúdo para compreensão desses dados. Não obstante, o resultado alcançado foi de que o racismo afeta esses jovens de três formas: por meio da naturalização das questões referentes as relações raciais; na invisibilidade do racismo em sua concepção estrutural e institucional por parte dos jovens; e na construção de uma visão negativa acerca desses corpos naturalizando e legitimando todo tipo de violência praticada pelos agentes de segurança pública, contribuindo para o processo social de sujeição criminal desses jovens. Assim sendo, esse conjunto de violência resulta em dois sentimentos: de revolta para com as instituições policiais ou, para todo o sistema criminal; e de medo, impulsionando-os a desenvolver um conjunto de mecanismo de defesa, como mudar o estilo de se vestir, esconder as tatuagens e evitar andar em lugares em que são vistos enquanto ameaça.
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