Banca de DEFESA: JOSÉ NATAN GONÇALVES DA SILVA
08/02/2021 14:33
A produção de alimentos sempre consistiu temática de interesse da humanidade em função do papel vital que assume na reprodução dos grupos sociais. A centralidade desta tese situa-se nas atividades agroalimentares, que conformam a territorialidade dos atores rurais, potencializa os mercados locais e dispõem de produtos com referenciais nutritivos, simbólicos e identitários para quem produz e consome. O objetivo consiste em analisar o Sistema Agroalimentar Localizado – Sial do leite em Alagoas e a sua relação com a dinâmica social, econômica e cultural dos espaços apropriados e conformados em territórios. Para a execução dos estudos foi definido como recorte empírico o Território da Bacia Leiteira – TBL, que historicamente apresenta vocação no desenvolvimento da pecuária e de práticas vinculadas a produção de derivados de leite no sertão alagoano. A metodologia baseou-se em pesquisas teóricas, que teve como eixos norteadores a leitura das abordagens sobre o Sial e das concepções acerca de conceitos-chaves como território, identidade, produção de queijo, circulação e consumo. Na sequência foram realizadas análises documentais de dados secundários e informações, que versam sobre as dimensões socioeconômicas, agropecuárias, a atuação política do Estado e a legislação sanitária dos produtos de origem animal. Entre 2019 e 2020 os procedimentos metodológicos estiveram orientados, sobretudo, para a efetuação da pesquisa de campo junto aos proprietários das unidades de produção do queijo, comerciantes, consumidores e representantes de associações e cooperativas. Nessa etapa foram realizadas intervenções exploratórias e entrevistas pautadas na técnica snowball, no uso do diário de campo e na realização de registros iconográficos. Os resultados denotam a constituição de um Sial do leite formado por três modalidades de estabelecimentos agroalimentares: queijarias caseiras, fabriquetas de queijo e laticínios. Essas unidades são mantidas, predominantemente, por agricultores de base familiar e pequenos empresários rurais, que interagem com comerciantes integrados em circuitos curtos nas escalas local e regional. Nota-se ainda inter-relações com os consumidores, que se inserem no grupo de segmentos atentos ao consumo de bens alimentícios com referenciais de qualidade atrelados a origem, ao saber-fazer, ao modo de produção artesanal e com aporte identitário. Logo, considera-se que o protagonismo desses atores contribui para a consolidação de práticas agroalimentares tradicionais e inovadas que, embora parcialmente ressignificadas, traduzem, concomitantemente, processos de potencialização econômica e enraizamento cultural.
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