Banca de DEFESA: MARCOS VINÍCIUS ANDRADE LIMA
24/11/2020 10:29
O Rio São Francisco, patrimônio natural brasileiro, foi idealizado ainda no SegundoReinado, como redentor do Nordeste, frente a sazonalidade das secas. Contudo,seu aproveitamento para tal finalidade, fora concretizado somente quase um séculomais tarde. Ainda com estudos em andamento, foi elaborado no Governo Dutra, oPlano Geral para o Aproveitamento Econômico do Vale do São Francisco,argumentando que obras visando a melhoria na qualidade de vida dos ribeirinhos,eram inadiáveis. Afim de atingir essa meta, tão urgente quanto desafiadora, oGoverno Federal aprovou o investimento de 1% do PIB nessa empreitada, por vinteanos. Dessa medida nasceu a CHESF, operando inicialmente em Paulo Afonso,onde a água represada por suas hidrelétricas, seria teoricamente empregadatambém noutros projetos. Contudo, nessa ocasião o Brasil ainda não possuía umalegislação ambiental forte o suficiente, para adequar os planos à realidade do VelhoChico, sendo portanto imperativo, que as obras fossem realizadas a despeito dosatingidos, contrariando assim, algumas cláusulas ambientalistas, dispostas nosempréstimos contratados no exterior. Tais financiamentos viabilizaram o ProjetoNacional Desenvolvimentista, que por sua vez, pregava vigorosamente o uso daenergia elétrica como condição de existência da sociedade moderna, demonstrandoa fragilidade da matriz energética de um Nordeste agrário, anterior a CHESF. Logo,a eletricidade gerada pela CHESF, alicerçou o desenvolvimento regional, pois tornouviáveis, as políticas públicas posteriores, carecidas de energia para implementação.
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