Banca de DEFESA: LUCAS GABRIEL BEZERRA LIMA
16/11/2020 23:05
O debate tradicional sobre inovação tem se pautado na realidade de indústrias intensivas em tecnologia, Pesquisa & Desenvolvimento, e que se valem de inovações radicais, dificultando que esse debate seja aplicável à realidade das pequenas indústrias de baixa tecnologia, que são as indústrias que possuem padrões de inovação orientados a práticas incrementais e conhecimento tácito. Todavia, essas indústrias sofrem muitas pressões ambientais para inovar, uma vez que fornecem bens e serviços que são vitais para o funcionamento de uma sociedade, exigindo que elas desenvolvam capacidades dinâmicas para inovação. Assim, a presente pesquisa buscou compreender como as indústrias de baixa tecnologia desenvolvem capacidades dinâmicas que permitem a elas inovar, e para isso, foi adotado o modelo de capacidades dinâmicas de Wang e Ahmed (2007), que considera três capacidades: adaptativa, absortiva e inovadora. Quanto aos procedimentos metodológicos, a pesquisa foi de natureza qualitativa, e do tipo descritiva. Foi utilizada a estratégia de estudo de casos múltiplos, no qual investigou cinco pequenas indústrias com base em critérios previamente estabelecidos. Como fonte de evidências, foram utilizados documentos e entrevistas semiestruturadas com os gestores dessas indústrias, e para o tratamento e análise das evidências, a técnica adotada foi a de análise de conteúdo. Os resultados mostram que nas indústrias analisadas a absorção de conhecimento não é uma prática estruturada, e acontece como forma de resposta às mudanças/pressões externas atuais, e não como forma de antecipação a futuras mudanças, ocorrendo a partir das relações com clientes e fornecedores. A adaptação ocorre a nível de mudanças em práticas e rotinas, aquisição de novas técnicas e/ou máquinas, e geralmente se baseiam nas experiências anteriores dos funcionários ou do gestor. Ainda que as indústrias estudadas sejam flexíveis em mudar suas rotinas e recursos, a capacidade de inovação nem sempre é alcançada, pois essas mudanças ocorrem para soluções de problemas ad hoc, sem produzir resultados significativos em termos de resultado, ficando evidente que a capacidade de inovação não é plenamente desenvolvida nas empresas estudadas, mas que elas se destacam como pequenas indústrias na localidade em que atuam. Como contribuição, os insights gerados nesta dissertação podem orientar novas pesquisas em inovação e capacidades dinâmicas no contexto das pequenas indústrias de baixa tecnologia, proporcionar alternativas de implementação e gestão de estratégias operacionais com base na compreensão das capacidades organizacionais estudadas, e orientar a formulação de políticas públicas e a seleção e gestão de projetos orientados à competitividade e sustentabilidade desses negócios.
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