Banca de DEFESA: PEDRO PAULO DE LAVÔR NUNES
28/10/2020 19:49
A Geografia no Brasil, em maior presença nos últimos quarenta anos, tem produzido estudos conceituais do território com fundamento em concepções liberais e irracionalistas, sob o manto da “pluralidade” e de uma “abordagem relacional”, tendo objetivo atender as perspectivas voltadas aos estudos da territorialidade e aos projetos e planejamentos investidos à escala local, assim como, amparar e legitimar diversos discursos e políticas públicas liberais sob interesse da burguesia. Dentre tais estudos, ressaltam-se no Brasil os estudos realizados por Rogério Haesbaert, tanto pela quantidade de pesquisas que o utiliza como fundamentação teórica básica, quanto pelo esforço teórico na conceituação/problematização do território, conjugando antinomias e metáforas espaciais, do que ele relaciona entre processos concreto-funcionais e simbólico-identitários. Se, por um lado, o conceito de território enquanto localidade, territorialidade ou lugar foi (re)valorizado, por outro, ocorreu a completa banalização das questões econômico-políticas, reduzindo rigorosamente o debate sobre os conflitos, a dominação de determinadas classes sociais sobre as outras, o caráter ativo do Estado burguês e as múltiplas relações e determinações abarcadas na totalidade da produção capitalista do espaço. Esta tese propõe uma reflexão epistemológica de fundamento para a crítica e avaliação dos estudos conceituais de Haesbaert sobre o território, no compromisso de contribuir com uma orientação teórico-metodológica para compreender a realidade social em espaços de apropriação e dominação territoriais. Assim, espaço, dialética, materialidade, escalas espaciais e totalidade serão processualmente evidenciados, sob perspectiva da concepção materialista da história, sendo respaldada a tríade direção crítica-reflexiva-operacional. Portanto, como o método elaborado por Marx, realizou-se o estudo do real contraditório através da crítica aos fundamentos e das movimentações teóricas ante concepções liberais e de negação da transformação de mundo.
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