Banca de QUALIFICAÇÃO: ALINE BRAGA FARIAS CONCEICAO
22/10/2020 17:32
A suposta dicotomia registrada nas denominações Som de Calçada e Som de Quebrada, entendidos como coletivos e objetos da análise aqui proposta, ensejam reflexões sobre a relação entre música e espaço público na capital sergipana, Aracaju, ao mesmo tempo em que revelam, simbolicamente, tensões. À revelia do que as denominações podem suscitar, - a saber: uma suposta rivalidade entre os coletivos que realizam essas apropriações do espaço público através da música - os termos “calçada” e “quebrada” denunciam uma lógica de construir cidades e disputar formas de vida a partir da música popular massiva. Nossa hipótese é que enquanto cenas musicais estabelecidas em territorialidades no espaço público urbano, analisadas via Economia Política da Comunicação e da Cultura, esses fenômenos podem demonstrar de que forma a lógica capitalista de produção está presente nessas duas dimensões, indústria cultural e urbanização, engendrando uma hierarquia das diferenças. Em ambas as dimensões, essas formas de dividir as sociedades podem ser categorizadas enquanto quebrada e calçada, revelando através da música as consequências das sociabilidades do capital. No presente texto, destinado à etapa de qualificação, trazemos no capítulo 1 a discussão sobre a música, atrelada à indústria cultural, música popular e economia política da comunicação e da cultura. Para os demais capítulos, o que apresentamos são propostas de desenvolvimento inicial. No capítulo 2, destinado a sonoridades e espaço urbano, trazemos o que parte da discussão sobre o uso de territorialidades em pesquisas de música e comunicação e a noção que iremos utilizar, e no 3, destinado à análise do corpus de pesquisa a partir das discussões realizadas nos capítulos anteriores e apresentação dos resultados, trazemos uma descrição parcial das apropriações estudadas e quadro de características atualmente em desenvolvimento.
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