Banca de DEFESA: CIBELE FERREIRA CEZAR
07/10/2020 22:49
A Reforma Sanitária e a institucionalização do Sistema Único de Saúde (SUS) viabilizaram um modelo de saúde na perspectiva da universalidade e o reconhecimento da complexidade das necessidades dos sujeitos sociais. O/a assistente social foi requisitado nesse processo, com demandas que envolvem uma série de determinantes e condicionantes de saúde e nesse sentido, a estratégia da intersetorialidade é afirmada como um instrumento de fortalecimento do direito dos/as usuários/as, na direção de um atendimento integral. Este estudo apresenta a temática Serviço Social e Intersetorialidade e tem como objeto analisar de que forma os/as assistentes sociais utilizam em seu cotidiano profissional a estratégia da intersetorialidade nas Unidades de Saúde da Família (USF’s) de Aracaju/Se. Aponta como objetivos específicos: conhecer as ações intersetoriais que permeiam as intervenções dos/as assistentes sociais nas Unidades de Saúde da Família de Aracaju/Se; verificar as implicações decorrentes da atual conjuntura para a materialização da intersetorialidade na atuação profissional e identificar a visão dos/as assistentes sociais sobre os principais desafios e perspectivas para a utilização da intersetorialidade no âmbito das USF’s. Trata-se de pesquisa de campo, do tipo exploratória, bibliográfica e documental, com abordagem qualitativa e quantitativa. Para a coleta de dados, utilizou-se a técnica de entrevista semiestruturada, com perguntas abertas e fechadas. O universo da pesquisa compreende as 38 (trinta e oito) assistentes sociais que atuam nas 45 (quarenta e cinco) USF’s de Aracaju, com uma amostra composta por 20 (vinte) assistentes sociais. A interpretação dos dados ocorreu a partir da análise de conteúdo com base no método do materialismo histórico dialético. Os resultados evidenciaram que apesar das assistentes sociais reunirem um conjunto de informações e práticas no campo da intersetorialidade, as ações nas USF’s ocorrem em ausência de uma orientação dos fluxos, das ofertas de serviços e das estratégias para a materialização da intersetorialidade, o que relacionadas aos atuais desmontes com o desfinanciamento das políticas sociais têm impactado diretamente nas ações intersetoriais, com políticas seletivas e de fortalecimento do projeto privatista na saúde. Desse modo, as ações intersetoriais devem fazer parte das reflexões dos/as profissionais, pois são ferramentas que reafirmam o compromisso da categoria com os direitos sociais dos/as usuários/as e com a integralidade da assistência à saúde, os quais se alinham ao projeto ético político profissional e ao projeto de Reforma Sanitária.
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