Banca de QUALIFICAÇÃO: CHRISTIANE SANTOS ALVES COSTA
24/08/2020 18:19
Esta dissertação objetiva analisar a estética distópica do Black Metal através do discurso no documentário. É observado que a retórica proferida em frente às câmeras mantém relações com o horror artístico e natural, sendo amplamente aceita no meio social como representação do subgênero musical. Esta oratória auxilia a construção da narrativa cinematográfica, guiada principalmente pelas entrevistas das bandas, sendo responsável pela reconstrução de uma memória através da imagem. Neste contexto, os discursos são relevantes para a construção e demonstração de atitudes que excedem (ou não) um modelo de comportamento comum aceito em sociedade, denominadas na pesquisa como “excesso-artístico” (dentro do padrão), e “excesso do extremo” (fora do padrão). Estas categorias revelam o imaginário contido na estrutura desta cultura. Para a compreensão da estética distópica, foi exposta a motivação para a adoção desta retórica associada ao horror através dos conceitos de horror artístico e horror natural (CARROLL, 1999); de estética do mal no Black Metal (CAMPOY, 2008); distopia (PODOSHEN, 2014) e estética do excesso (HILDENBRAND, 2015), e como a mesma influencia todas as camadas do subgênero até a produção e divulgação dos filmes, aqui analisados. A metodologia utilizada é baseada no levantamento bibliográfico, principalmente sobre a estética Black Metal; no mapeamento sobre a cinematografia sobre o tema no Youtube; e no estudo multicasos dos documentários. Dentre os 34 documentários musicais envolvendo o Black Metal no período de 1994 a 2017, foram escolhidos para esta investigação: Det Svarte Alvor (1994), Satan Rides the Media (1998), Once Upon a Time in Norway (2007), Until The Light Takes Us (2008), One Man Metal (2012), Black Metal Siberia (2015) e Bleu Blanc Satan (2017). O interesse é refletir a importância destes discursos, desde a sua origem na década de 90, até a atualidade, em busca de uma unidade, uma identidade que, possivelmente, assume sentido apenas no contexto em que está inserido: a cena underground.
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