Banca de DEFESA: JULIANE CERQUEIRA FREITAS
20/08/2020 15:30
A bacia hidrográfica do rio Sergipe, a qual possui o rio Sergipe como o seu principal curso d’água, além de ser a bacia mais povoada do estado, é também a que concentra maior parte da economia. Com o crescimento urbano, a bacia vem sofrendo com os impactos de atividades como lançamento de esgotos domésticos (in natura) e industriais, além dos problemas associados com as atividades agropastoris e desmatamento. O objetivo deste trabalho foi avaliar a qualidade ambiental da bacia hidrográfica do rio Sergipe por meio da análise das condições físicas, químicas e ecotoxicológicas dos compartimentos água e sedimento. A amostragem foi realizada em oito pontos de coleta, distribuídos na bacia, durante duas campanhas de coleta, uma no período chuvoso, em agosto de 2017, e outra durante a época de seca, em março de 2018. Em relação a avaliação ecotoxicológica, foram realizados bioensaios de toxicidade aguda com Chironomus xanthus (inseto) em amostras de água e sedimento e bioensaios de toxicidade aguda e crônica com Daphnia similis (zooplâncton) e Ceriodaphnia silvestrii (zooplâncton), respectivamente, em amostras de sedimento, seguindo metodologias padronizadas. Conforme os parâmetros, salinidade, pH, oxigênio dissolvido, condutividade, material em suspensão, cloreto, sulfato, nutrientes, coliformes termotolerantes e metais (Ca, Fe, Mg, Mn, Al, Ba) a bacia do rio Sergipe ficou caracterizada em três grupos distintos do ponto de vista de qualidade da água, onde para o período de chuva, o grupo I (ponto 1) apresentou tendência à má qualidade de suas águas, no grupo II (ponto 2) foi observada redução dos compostos iônicos, da salinidade e condutividade, quando comparado ao ponto 1, mas ficando ainda acima do permitido pela resolução CONAMA 357/05. O terceiro grupo, composto pelos demais pontos de coleta, apresentou a melhor qualidade ambiental do sistema como um todo, provavelmente devido a uma maior diluição. Já durante a época de seca o grupo II passou a agrupar os pontos 2 e 5, os quais apresentaram o maior grau de dissimilaridade em relação aos demais pontos de coleta em virtude das concentrações altas para os parâmetros coliformes termotolerantes, compostos nitrogenados e fosfatados. Com relação aos ensaios ecotoxicológicos, foi registrada toxicidade recorrente nos pontos de coleta 1 e 2 (região de cabeceira), para ambos organismos expostos às amostras de água e sedimento. A região de cabeceira encontra-se em situação vulnerável devido às características hidroclimáticas da região semiárida, indicando um ambiente em processo de eutrofização e salinização, que atrelados a crescente supressão da vegetação, apontam para a necessidade em tomada de decisões afim de monitorar e remediar os impactos observados.
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