Banca de DEFESA: LEYLA MENEZES DE SANTANA
04/08/2020 09:26
Como “me tornei” educadora popular? Essa é a questão norteadora desta tese que objetivou compreender o processo de tornar-se educadora popular, através da análise das trajetórias narradas por mulheres que atuaram no Projeto Educação de Jovens e Adultos da Pastoral da Criança, no período de 1993 a 2017, no Estado de Sergipe. Resulta de pesquisa que desenvolvemos com educadoras populares viventes de uma pedagogia gestada nas fronteiras comunitárias, nos braços dos saberes diversos, enredados em narrativas singulares e subjetivas. Construir o encontro com essas seis educadoras, residentes em comunidades dos municípios sergipanos de Lagarto e Ilha das Flores foi o movimento que mais demarcou esta pesquisa. Nesse movimento, nomeado metodologicamente de entre-encontro, importou escutar sensivelmente àquelas que se tornaram educadoras no processo vivido, que dissessem das suas experiências, dos seus fazerem-se e refazerem-se diante de saberes outros para além do já sabido. Esse estudo apoiou-se nos pressupostos metodológicos da Fenomenologia Hermenêutica como método de abordagem e da História Oral, como método procedimental, apreendendo as narrativas e recolhendo os testemunhos resultantes dos entre-encontros através de três movimentos: entre-escuta, escrita de si e roda de conversa. Para analisar o modo como elas se tornaram educadoras usou-se ferramentas conceituais dentro do campo da memória e da experiência, bem como estabeleceu-se um diálogo com os pressupostos teóricos da Educação Popular, entrecruzada com uma perspectiva analítica freireana em consonância com a alfabetização de adultos. Dos tecidos das narrativas emergiram quatro eixos fundantes que responderam à problemática da pesquisa: provoca-ação, mística do ensinar, pertencimento comunitário e as experiências com a Pastoral da Criança. A partir desses eixos confirmou-se a tese de que essas mulheres se tornaram educadoras populares pela provoca-ação que resultou no educar como missão, pedagogicamente conduzida pela mística do ensinar e do aprender, circunscrita aos pertencimentos comunitários e atravessada pelas experiências com a Pastoral da Criança.
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