Banca de DEFESA: NAYRA DOS SANTOS ANDRADE MELO
09/07/2020 11:34
As Unidades de Terapia Intensiva (UTI’s) são destinadas à pacientes graves com instabilidade de um ou mais órgãos e/ou sistemas. Por inúmeros motivos, entre eles, a propagação infecciosa, é que a entrada é restrita aos funcionários do setor, aberta aos familiares apenas em horários específicos e controlados. Aos familiares desses pacientes resta apenas o medo do desconhecido, assim como a insegurança pelo afastamento, associados à cultura de que as UTI’s são lugares destinados àqueles que irão morrer, o que intensifica os sentimentos de angústia e impotência. Sabe-se que, diante de situações de extrema dificuldade, sobretudo envolvendo o processo de vida/morte, como abordado neste estudo, inicia-se uma crise de significações e ressignificações que podem culminar numa desestruturação emocional completa, acarretando uma “perda de sentido de ser” que intensifica ainda mais o sentimento de angústia. Por este motivo, o familiar deve ser considerado tão paciente quanto o próprio ente internado, devendo ser dada a devida importância aos seus anseios, dores e perspectivas. Nesse momento de crise, as antigas representações podem não mais expressar aquilo que de antemão se propunha, e tal falta de sentido os impõe pensar e reformular conceitos, afim de manter-se a integridade emocional. Estratégias diversas são desenvolvidas afim de enfrentar a nova e difícil situação, toda e qualquer estratégia utilizada com essa finalidade chamamos coping. Quando o indivíduo busca enfrentar tais situações pelo amparo religioso, chamamos então coping religioso/espiritual. Cabe então uma reflexão acerca do tema, a compreender como e até que ponto a religião/espiritualidade pode influenciar o indivíduo no processo de enfrentamento (coping) de uma situação limite como é ter um ente querido em grave estado de saúde numa UTI. Objetivou-se então, através deste, analisar a partir de abordagem fenomenológica existencial, os aspectos contidos entre a experiência religiosa/espiritual e sua relevância para definir estratégias de enfrentamento (coping) em discursos de familiares de pacientes graves internados numa UTI. Para tanto, houve a busca pela participação de 10 sujeitos, e após aplicação de questionário oral semi-estruturado, pretendeu-se elucidar valorosas questões contidas nos discursos desses familiares, e a partir delas compreender o fenômeno. Após elencar hipóteses à conclusão deste trabalho, é que, mediante análise dos discursos, concluímos ter a experiência religiosa valor imprescindível na construção de sentidos, sendo ela a estratégia mais comumente utilizada nos processos de enfrentamento de situações traumáticas como a vivida pelos sujeitos participantes desta pesquisa.
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