Banca de DEFESA: HERBERT JOSÉ CRUZ RESENDE
22/06/2020 14:01
O Batólito Poço Redondo (BPR), com idade de 623 ± 7 Ma, é uma intrusão de 210 km2, alongada no sentido NW-SE e localizada na região noroeste do Estado de Sergipe. Nessa pesquisa foram obtidos dados petrográficos e químicos para as rochas deste batólito e encaixantes migmatíticas. O BPR é intrusivo no Domínio Poço Redondo (DPR), Sistema Orogênico Sergipano, o qual contém vários corpos intrusivos. Ao Norte, o BPR faz contato tectônico com as rochas vulcanossedimentares do Domínio Canindé, pela Zona de Cisalhamento Macururé. Ao Sul, os contatos são intrusivos com as rochas gnáissico-migmatíticas do DPR. O BPR aflora em grandes lajedos nas partes mais altas do relevo, em leitos de riachos intermitentes, drenagens e em açudes secos, na forma de blocos in situe rolados. Em campo estas rochas apresentam estruturas de fluxo magmático e tectônica e contêm xenólitos de migmatito. As rochas do BPR são monzogranito e granodiorito de cor cinza, de granulação média a fina, com textura predominantemente equigranular, por vezes inequigranular e com fenocristais de feldspatos. Ao microscópio, estes granitos (s.l.) têm textura hipidiomórfica, localmente com foliação magmática que orienta cristais de biotita e feldspatos. A mineralogia essencial das rochas do BPR é composta de: fenocristais oligoclásio e de andesina, por vezes zonados, e cristais menores geminados; quartzo, com evidências de deformação no estado sólido, como migração de borda e formação de subgrãos; megacristais de feldspato alcalino poiquilíticos, por vezes pertíticos, e como cristais menores; e biotita primária, poiquilítica, por vezes com estruturas de deformação, como extinção ondulante e planos de clivagem retorcidos. A mineralogia acessória é composta por cristais de muscovita, clorita, epídoto, titanita, allanita, apatita, monazita, zircão e minerais opacos. Os granodioritos e monzogranitos do BPR são metaluminosos a peraluminosos, magnesianos, cálcio-alcalinos a álcali-cálcicos e altamente fracionados (SiO2> 68%). O paleossoma é granodiorito e o leucossoma tem composição que varia entre granodiorito, monzogranito e sienogranito. A mineralogia do leucossoma dos migmatitos é similar à presente no BPR, contudo os cristais de plagioclásio dos migmatitos são mais cálcicos (oligoclásio até bytownita), predominando labradorita no paleossoma. Os dados geoquímicos do leucossoma migmatítico são similares aos das rochas do BPR. Esses novos dados petrográficos e químicos, somados às relações de contatos intrusivos, presença de xenólitos migmatíticos no BPR e dados isotópicos relatados na literatura, permitem advogar a hipótese que o magmatismo responsável pela geração do Batólito Poço Redondo possa ser resultado da fusão parcial dos migmatitos do Complexo Migmatítico Poço Redondo.
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