Banca de DEFESA: PÂMELLA SYNTHIA SANTANA SANTOS
13/05/2020 15:15
Esta tese analisou a relação entre política profissional, recurso familiar e agrupamentos políticos tendo como caso os deputados estaduais e federais eleitos em 2014 e 2018 no estado de Sergipe. Foi problematizada a questão de não somente um recurso específico como validador, mas sim um conjunto que possibilite a inserção e êxito na política profissional através das redes de base familiar. Dessa maneira, os objetivos específicos giraram em torno de a) analisar a história social dos agrupamentos familiares na política em Sergipe para assim compreender a dinâmica política; b) examinar as condições que possibilitam a esses agrupamentos e famílias se perpetuarem na política; c) analisar como se formaram e se encontram as redes entre os grupos do Interior do estado; d) entender a configuração partidária estadual de acordo com as redes de relações; e) analisar as mudanças vividas nos municípios do Interior mediante o impacto partidário; f) compreender a incorporação da herança política através do matrimônio ou apadrinhamento; e por fim, g) identificar elementos que possibilitaram o desenvolvimento da carreira política dos atores em questão. Os elementos metodológicos consistiram em: levantamento completo de informações por meio do CPDOC, sites da Assembleia, Câmara, Senado, sites pessoais, etc.; aprofundamento do estudo das famílias desses atores através da história social da questão familiar na política em Sergipe; e leitura dos dados referentes às recomposições políticas no estado por meio do TRE-SE e TSE; Dessa maneira, essa Tese se encontra dividida em quatro capítulos: o primeiro abordou os direcionamentos teóricos acerca das conceitualizações sobre “família”, “agrupamentos” e “política profissional”; o segundo capítulo buscou fazer um resgate sócio-histórico da política de grupos em Sergipe desde as oligarquias até os anos de 2010; o terceiro capítulo analisou a representatividade político-partidária nos 8 territórios sergipanos; por fim, o quarto capítulo debateu a lógica e padrões de recrutamento, como que o recurso familiar é mobilizado pelos atores em favor dos agrupamentos e das redes de base familiar e como isso possibilita a construção de um self político-profissional. A tese dessa pesquisa mostra que a lógica do agrupamento e dos partidos devem ser levadas em consideração, haja vista que, no caso sergipano, a concentração dos partidos em determinados grupos se coloca como estratégia crucial para a manutenção das redes, partindo assim do nível municipal para o nível estadual. Além disso, quando são feitos os recrutamentos dentro dos próprios grupos, a dependência e lealdade partidária é maior, o que dá menos autonomia, ou liberdade reduzida na escolha de oportunidades distintas, para o parlamentar direcionar sua carreira. Assim, essa menor autonomia acaba se tornando um suporte garantido, pois o sentimento de adesão e de pertencimento ainda é uma característica dos grupos, principalmente a partir do município. Quando feito de maneira inversa, corre o risco de desestabilizar a estrutura do grupo e assim, não contribuindo para a manutenção do mesmo no poder político. Isso só reafirma que a política feita dentro dessa dinâmica não pode ser algo calculado pelos atores, mas deve ser construída estratégias que vislumbrem essas eventualidades, sempre ponderando os benefícios e malefícios de inserir alguém que não já venha das redes já construídas. Dessa maneira, foi possível identificar a recomposição política de Sergipe que vem se desvencilhando da imagem de antigas famílias tradicionais e construindo uma espécie de “nova-velha rede de base familiar” com novos atores, mas com os grupos renovados e que antes não tinham tanto destaque estadual.
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