Banca de DEFESA: GENELUCE CRUZ SANTANA
29/04/2020 16:24
A Amazônia constitui-se uma das maiores reservas de espécies da flora e fauna da terra, dentre as espécies vegetais, estão diversas frutas de sabores exóticos que, se explorados, possuem elevado potencial tecnológico. O camu-camu (Myrciaria dubia (Mc Vaugh)) é uma delas e se destaca pelo seu elevado teor de vitamina C além de possuir outros compostos bioativos os quais precisam ser muito bem aproveitados na indústria de alimentos pois são suscetíveis a degradação na presença de luz, temperatura, oxigênio, entre outros. A gelificação iônica é um método de encapsulação que traz ao produto maior durabilidade, pois protege contra o meio externo, além de liberar o encapsulado de forma gradativa por meio de uma reação entre uma solução polimérica e uma solução iônica. Assim, a utilização da microencapsulação do suco de camu-camu, resulta em partículas mais estáveis o que ocasiona a proteção dos compostos do camu-camu. O presente trabalho teve como objetivos desenvolver microcápsulas de camu-camu por meio da técnica de gelificação iônica utilizando o alginato de sódio como agente gelificante e verificar a estabilidade dos compostos bioativos verificando as alterações físico químicas e microbiológicas durante seu armazenamento refrigerado a 5º±1C por 45 dias dos produtos P e S. As análises foram realizadas em duplicata e foi realizado o teste de Tukey a nível de 5% de significância. A matéria-prima utilizada para fabricação das microcápsulas foi o suco de camu-camu (solução com a fruta liofilizada a 25% m/v) que diferiu (p˂0,05) das microcápsulas na maioria do parâmetros analisados. Durante o período de armazenamento foi possível verificar um produto mais ácido, com redução significativa do pH, retenção em níveis consideráveis de flavonóides (87%) e vitamina C (88%) contribuindo para as capacidades antioxidantes, FRAP e DPPH. Carotenóides e compostos fenólicos foram degradados de forma gradativa. Em relação a cor foi observado uma perda de tons avermelhados, microcápsulas menos escuras com leve aumento de saturação e intensidade. A adição do suco como meio de conservação no produto S, diferiu com significância (5%) do produto P apenas nos teores de flavonóides e vitamina C. Não foi observada contaminação microbiana. Os espectros de FTIR mostraram compostos incomuns entre o suco e as microcápsulas, demonstrando a interação ocorrida. O desenvolvimento de microcápsula de camu-camu apresenta pontos positivos devido a formação de um produto com um alto poder nutricional, podendo ser aplicado na formulação de alimentos inovadores, ajudando na prevenção de várias doenças e dessa forma, beneficiando a saúde dos consumidores: seu potencial torna-se promissor!
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