Banca de DEFESA: PAULO HENRIQUE SANTOS ANDRADE
26/03/2020 20:29
O uso de tecnologias de informação e comunicação em saúde, eHealth, tem demonstrado potencial significativo para inúmeras áreas destinadas ao cuidado em saúde, em especial a farmacovigilância. O desenvolvimento de tecnologias móveis em saúde, mHealth, destinadas ao gerenciamento de reação adversas a medicamento (RAM), por exemplo, vem ampliando o acesso às ferramentas de notificação e aprimorando o novo modelo de relação entre os órgãos de vigilância e a comunidade envolvida no processo de comunicação de eventos adversos a medicamentos (EAM), em especial o farmacêutico, pacientes e acompanhantes. Para além deste propósito, ferramentas tecnológicas de auxílio a investigação de RAM, vem sendo desenvolvidas para facilitar a definição da causalidade entre um medicamento e uma RAM. No Brasil, há uma escassez de ferramentas tecnológicas móveis destinadas ao gerenciamento de RAM. Todavia, algumas ferramentas de acesso à informação estão disponíveis e são amplamente utilizadas por farmacêuticos. Aparentemente, os farmacêuticos vêm desempenhado inúmeras atividades relevantes para o melhor desempenho da farmacovigilância no Brasil; porém, os recursos humanos, escasso ou inexperiente, e problemas no ambiente de trabalho, tais como ausência de recursos, parece ser um empasse ao serviço de farmacovigilância no país. Deste modo, órgãos em todos os níveis hierárquicos da farmacovigilância devem trabalhar em conjunto para garantir o melhor desempenho desta atividade. Para tal, com base em modelos internacionais, o desenvolvimento de eHealth / mHealth parece amplificar o potencial deste serviço e deve ser visto como ferramentas de apoio em potencial. Com base neste conhecimento, buscou-se desenvolver ferramentas de suporte à investigação de RAM a partir de m estudo prévio realizado em crianças hospitalizadas. Tendo por base um estudo de validação de conteúdo e concordância absoluta entre cinco especialistas, construiu-se a primeira ferramenta de gerenciamento de RAM, um novo algoritmo de causalidade, utilizado para o desenvolvimento de uma aplicação móvel intitulado DRUG CAUSALITY. O DRUG CAUSALITY apresenta como diferencial competitivo a identificação do medicamento suspeito dentre os medicamentos administrados e a inclusão de novas perguntas que permitem outro raciocínio clínico para a investigação da RAM. Para a construção da segunda ferramenta de apoio ao gerenciamento de RAM, destinado a um Hospital Universitário de pequeno porte, diferentes rastreados de RAM foram testados, retrospectivamente, a partir de um banco de dados elaborado em um estudo prévio de coorte. Com base em nossos resultados, a ferramenta desenvolvida pode ser considerada aceitável para o rastreamento de RAM nesta unidade hospitalar. Esta ferramenta é composta pelos seguintes rastreadores, passíveis de identificação na prescrição: anti-histamínico, hidrocortisona, adrenalina, vitamina K, antiemético, naloxona, laxantes ou agentes emolientes e glicose ≥ 10%. Deste modo, apresentamos aqui duas ferramentas de gerenciamento de RAM desenvolvidas com base na literatura e necessidades da população alvo, porém tem-se conhecimento de que testes prospectivos ainda são necessários para a melhor compreensão de seu desempenho na prática clínica.
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