Banca de QUALIFICAÇÃO: ANDRESSA ARAÚJO SOUZA
19/03/2020 12:10
A crise estrutural do capital traz uma nova configuração a lógica produtiva, e muitas empresas se apropriam dessa realidade. No Brasil, a indústria têxtil adota o novo arranjo para o processo produtivo e a espacialização das empresas no Nordeste tem como objetivo, a busca de condições favoráveis para a produção e o lucro. Essa espacialização é também resultado dos inúmeros incentivos fiscais, do baixo poder de organização sindical e menores custos salariais em relação aos trabalhadores dos estados do Sul e Sudeste. Na realidade do município de Itabuna/BA, revela-se uma população que anseia por trabalho formal como forma de conseguir se reproduzir socialmente e a proposta anunciada com a implantação das fábricas Penalty e Trifil na região, a princípio, era a de empregar esses sujeitos. No entanto, podemos perceber nos últimos anos o aumento da pobreza absoluta, como resultado do enxugamento das fábricas, que atualmente são as principais fontes de trabalho do município. A expulsão dos trabalhadores do mercado de trabalho formal, os empurram à precárias condições de trabalho e obrigam os trabalhadores formais a se submeterem às pressões exercidas no interior da fábrica, a exemplo do trabalho polivalente e flexível pela mesma remuneração, fazendo com que as empresas continuem obtendo altas taxas de lucratividade. O Estado contribui para o agravamento das condições de trabalho, pois o conjunto de estratégias que o capital passa a adotar, camufla um problema enquanto outro é evidenciado, reproduzindo as contradições intrínsecas do capital. A lógica do capital no ajuste espacial da acumulação flexível busca condições favoráveis a acumulação, e assim a cidade de Itabuna torna-se um território estratégico das empresas, que prometem a geração de renda para a população desempregada. No entanto, com o aprofundamento da crise e da precarização do trabalho, a situação desses sujeitos merece ser analisada, levando em consideração o discurso contraditório inerente ao modo de produção capitalista, que subjuga a classe trabalhadora dentro e fora das empresas com a formação do exército industrial de reserva.
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